Política
Relator da CPI compara afundamento em Maceió aos desastres de Mariana e Brumadinho
Rogério Carvalho destacou a falta de fiscalização e o que denominou "extrativismo irresponsável" como causas comuns entre os eventos
Durante a reunião desta quarta-feira, 15, no Senado, o relator Rogério Carvalho (PT-SE) apresentou o relatório da CPI da Braskem, comparando o afundamento do solo em Maceió aos desastres de Mariana e Brumadinho, ocorridos em Minas Gerais. Carvalho destacou a falta de fiscalização e o que denominou "extrativismo irresponsável" como causas comuns entre os eventos.
Segundo o relator, "o afundamento no solo de Maceió, agravado em 2018, reproduz o mesmo padrão dos crimes de Mariana, Brumadinho e outros casos que ainda podem ocorrer". Ele enfatizou a necessidade de maior controle sobre as atividades minerárias para evitar novos desastres.
O relatório da CPI atribui à Braskem responsabilidade por práticas como exploração intensiva de sal-gema, falsificação de relatórios enviados a agências reguladoras e omissão de medidas de prevenção e correção. Além disso, o documento aponta a responsabilidade do Estado por falhas na fiscalização das atividades da empresa.
"Concluímos que existem elementos materiais para imputar à Braskem e a seus dirigentes e representantes técnicos a responsabilidade civil e criminal pelo crime ambiental em Maceió. No entanto, concluímos também que a conduta da empresa só se tornou possível pela ausência deliberada do Estado", afirmou Carvalho.
Desde sua instalação em março deste ano, a CPI realizou 16 reuniões e ouviu 26 pessoas, incluindo autoridades e moradores afetados em Maceió. A exploração de sal-gema pela Braskem resultou no deslocamento de 17 mil residências e impactou cerca de 50 mil pessoas na região.
Apesar das investigações, a CPI não conseguiu ouvir o CEO da Braskem, Roberto Bischoff, cuja convocação foi aprovada em fevereiro, mas ainda sem data definida para comparecimento.
Com informações do Extra Alagoas.