Política

"Ser artista em Maceió não é massa": grupo protesta na sede da Prefeitura sobre promessas de JHC

Com caixão representando a ''morte'' da cultura alagoana, artistas protestaram em frente a sede da Prefeitura de Maceió

Por Evandro Souza* 11/06/2024 12h12 - Atualizado em 13/06/2024 14h02
'Ser artista em Maceió não é massa': grupo protesta na sede da Prefeitura sobre promessas de JHC
Artistas protestam na sede da prefeitura de Maceió - Foto: Evandro Souza

Com um caixão e a bandeira de Alagoas, artistas alagoanos protestaram na manhã desta terça-feira (11), na sede da Prefeitura de Maceió, no bairro do Jaraguá, parte baixa da capital. Segundo os representantes, a cultura na capital alagoana vem sofrendo com a atual gestão do prefeito JHC (PL), com falsas promessas. 

Fazedores de cultura do município pedem à Prefeitura melhorias no setor. Alguns profissionais estão sem receber cachê desde o São João de 2023, ou seja, com um ano de atraso. Com cartazes com frases de ''A cultura alagoana pede respeito’’ e ''Ser artista em Maceió não é massa’’, eles pediram a atenção dos representantes do município.

Falsas promessas

Essas reivindicações são antigas. Em fevereiro deste ano, como noticiado pelo Jornal de Alagoas, os artistas ocuparam a sede da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa (Semce),e entregaram uma carta manifesto intitulada “Ser artista em Maceió é massa?”, com 15 pontos as demandas mais urgentes para o setor. 

De acordo com Dudu Nogueira, presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos do Estado de Alagoas (Sated/AL), 4 meses se passaram e nenhuma solicitação foi atendida.

''Tanta precariedade que estava a cultura no município, que a gente fez as 15 principais reivindicações e trouxemos um outro protesto que fomos recebidos pelo prefeito, que prometeu semanalmente resolver três por semana, e de fato não resolveu nada'', disse o presidente.

Ainda de acordo com Dudu, JHC mentiu sobre resolver as demandas. Após a reunião, o prefeito ignorou as reivindicações, em seguida houve a saída do ex-secretário de cultura Cléber Costa e a nomeação do seu filho, Paulo Quirino, para o cargo.

'''A gente teve uma reunião de uma hora e meia, e ele prometeu, olhando nos nossos olhos, cumprir as reivindicações. Depois de um tempo ele simplesmente ignorou. Ignorou todos, e a partir daí, basicamente não deu mais atenção'', explica Dudu.

Com isso, foi repassado pela assessoria do Município que quem estaria responsável por resolver as demandas seria o atual secretário de cultura.

''O Paulinho, que não entende nada de cultura, filho do secretário, não tem diálogo nenhum, a gente não tem o que conversar com ele, então o prefeito, ele mentiu pra gente'', afirma Dudu.

Enterro da Cultura

Com um caixão representando a ‘’morte’’ da cultura em Maceió, além dos cachês atrasados, os artistas solicitam que a prefeitura profissionalize seu processo de contratação, evitando atrasos de pagamento e também ⁠a revogação ou revisão do conselho de cultura, permitindo que a presidência seja eleita pelos conselheiros e que novos segmentos tenham direito a suas cadeiras, como Capoeira, Circo e Dança.

''Hoje, de fato, nós trouxemos um caixão, porque, se torna hoje, a gente definiu que é o enterro da cultura em Maceió com o JHC'', Dudu Nogueira.

*Estagiário sob supervisão