Política

Defesa Civil de Maceió e Prefeitura divergem sobre estabilidade de minas da Braskem

Apesar das declarações da Prefeitura de Maceió de que não há riscos imediatos de colapso, a Defesa Civil sustenta que a região ainda enfrenta uma situação preocupante

Por Redação* 13/06/2024 15h03 - Atualizado em 13/06/2024 15h03
Defesa Civil de Maceió e Prefeitura divergem sobre estabilidade de minas da Braskem
Região onde ficam minas da Braskem em Maceió - Foto: Itawi Albuquerque/Secom

A Defesa Civil de Maceió alertou sobre o risco potencial de novos abalos sísmicos nas 35 minas de exploração de sal-gema desativadas pela mineradora Braskem. Apesar das declarações da Prefeitura de Maceió de que não há riscos imediatos de colapso, a Defesa Civil sustenta que a região ainda enfrenta uma situação preocupante. 

"Até o momento nada indica que possa haver um risco iminente, mas o cenário pode mudar a qualquer momento como foi com a mina 18. [...] Como o cenário não é normal, há risco potencial", afirmou o órgão. 

A Prefeitura de Maceió descarta riscos imediatos de colapso nas minas, que foram desativadas após o maior desastre ambiental urbano enfrentado pela cidade desde 2018. O cenário é de estabilidade, segundo a prefeitura, seis meses após o rompimento parcial da mina 18 em dezembro de 2023, que colocou a cidade em alerta. As minas são monitoradas e não apresentam alterações que indiquem riscos iminentes de colapso.  

O colapso da mina 18, ocorrido às 13h15 de 11 de dezembro de 2023, resultou na abertura de uma cratera sob a lagoa Mundaú, com 78 metros de comprimento, 46 metros de largura e 7 metros de profundidade, conforme relatório da Defesa Civil divulgado em janeiro. 

Um relatório da Defesa Civil de Maceió divulgado em janeiro revelou que a cratera aberta sob a lagoa Mundaú após o colapso da mina 18 possui 78 metros de comprimento, 46 ​​metros de largura e 7 metros de profundidade. Grosso modo, a área corresponde a cerca de metade da área de um campo de futebol oficial e quase dez vezes o volume de uma piscina olímpica. 

Análise realizada em fevereiro pela Braskem indicou que a mina 18 foi aberta naturalmente após o colapso. Segundo a empresa, novas avaliações técnicas estão sendo realizadas para confirmar esta condição. 

A Braskem informou que vem adotando as medidas para o fechamento definitivo dos poços de sal, conforme plano apresentado às autoridades e aprovado pela Agência Nacional de Mineração. A previsão de conclusão é para o segundo semestre de 2026. 

Os trabalhos concluídos estão em 17 das 35 carreiras. Dentre as 13 cadeiras que possuem uma recomendação de preenchimento, cinco foram preenchidas, duas estão com trabalhos em andamento e seis estão em fase de planejamento. 

Outras cinco cavidades tiveram o status de autopreenchimento natural confirmado. As demais estão sendo tamponadas e pressurizadas naturalmente, sendo que em sete delas o trabalho já foi concluído. 

Sobre os impactos ambientais na lagoa Mundaú, a Braskem informou que estudos não indicaram alterações nos parâmetros de qualidade da água entre o período da coleta e monitoramentos anteriores ao rompimento parcial da mina 18. 

A exploração mineral da Braskem está na gênese do desastre ambiental que atingiu cinco bairros da capital alagoana, com afundamentos do solo e rachaduras em imóveis registrados desde 2018.

Com Folha de São Paulo.