Política

Renan defende antecipação do sucessor de Campos Neto no Banco Central

O senador também fez uma distinção entre a instituição e seu atual presidente

Por Blog de Edivaldo Junior 03/07/2024 05h05
Renan defende antecipação do sucessor de Campos Neto no Banco Central
Senador Renan Calheiros - Foto: Reprodução

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) defendeu nesta terça-feira (02/07) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva antecipe o nome do sucessor de Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central (BC). Em uma série de postagens no X (antigo Twitter), ele argumentou que a medida traria benefícios imediatos para o cenário econômico e político do país.

"Antecipar o nome do BC só traz benefícios: diminui tensões, esvazia a emenda perdulária da independência e mostra o perfil do futuro presidente para a qualificação do Banco", afirmou Renan Calheiros no X.

O senador também fez uma distinção entre a instituição e seu atual presidente: "O BC é autônomo, seu presidente atual não. A inércia diante da especulação óbvia é a prova cabal disso".

A declaração do senador surge em um momento de crescente tensão entre o governo federal e a autoridade monetária. Com o mandato de Campos Neto se encerrando em dezembro, aliados do governo têm intensificado os apelos por uma redução mais acelerada da taxa de juros, atualmente em 10,50%. A alta taxa tem sido apontada como um obstáculo ao acesso ao crédito e ao crescimento econômico.

Outro ponto de insatisfação mencionado pelo senador é a questão cambial. A postura de Campos Neto de não interferir no câmbio e suas declarações sobre riscos inflacionários têm sido interpretadas como estímulos à especulação, potencialmente enfraquecendo o real frente ao dólar.

A polêmica se intensificou recentemente após Campos Neto sinalizar a possibilidade de assumir o Ministério da Fazenda em um eventual governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), caso o atual governador de São Paulo seja eleito presidente em 2026.

Nesse cenário, Renan Calheiros argumenta que a antecipação do nome do sucessor de Campos Neto não apenas reduziria as tensões atuais, mas também permitiria uma transição mais suave e transparente na liderança do Banco Central.