O Fundo de Amparo ao Morador (FAM), criado pela Prefeitura de Maceió em julho de 2023, com o objetivo de atender as vítimas do afundamento de solo em cinco bairros da cidade provocado pela mineradora Braskem, demorou um ano para ter uma sede física, inaugurada na última semana no bairro do Benedito Bentes. 

Mas não só a demora para um atendimento direto e humanizado preocupa as vítimas. A prefeitura de Maceió inaugurou e lançou o FAM oficialmente, mas o fundo não recebeu um centavo sequer. 

A informação é da Defensoria Pública do Estado, que impetrou uma Ação Civil Pública na Justiça para obrigar o prefeito JHC a destinar os R$ 250 milhões que serão pagos pela Braskem no próximo dia 15 de julho, como parte do acordo socioambiental celebrado entre o município e a empresa mineradora. 

Segundo Alexandre Sampaio, representante do Movimento Unificado de Vítimas da Braskem (MUVB), o FAM é engodo para manter, segundo ele, o cabresto de associações que apoiam a prefeitura, mas sem benefícios reais para moradores e empresários. 

"O levantamento da Defensoria Pública mostra que não foi depositado um centavo no FAM", acrescentou Sampaio.