Política

Indicações ao TCU tornam-se moeda de troca na sucessão de Lira na Câmara

Nomeações para essas posições cabem aos deputados, e o interesse por essas posições já começa a moldar o cenário político

Por Redação com Folha de São Paulo 24/07/2024 18h06
Indicações ao TCU tornam-se moeda de troca na sucessão de Lira na Câmara
Arthur Lira (PP-AL) - Foto: Câmara dos Deputados

As movimentações políticas para a sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara dos Deputados estão em pleno andamento. Um dos pontos centrais dessas negociações é uma indicação para duas vagas no Tribunal de Contas da União (TCU), que deverão ser abertas até 2027. 

As nomeações para essas posições cabem aos deputados, e o interesse por essas posições já começa a moldar o cenário político. 

Aposentadorias impulsionam articulações 

Os ministros do TCU, Aroldo Cedraz e Augusto Nardes, deverão se aposentar em 2026 e 2027, respectivamente, ao atingirem o limite de idade de 75 anos. Com a saída iminente, as vagas se tornaram alvo de disputas internas. Nos bastidores, já há discussões sobre a possibilidade de adiantar essas reformas para facilitar acordos entre os parlamentares. 

Alguns deputados cogitam oferecer vagas no TCU como incentivo para que pré-candidatos desistam da corrida pela presidência da Câmara. Embora, até agora, nenhum dos três principais nomes tenha manifestado interesse em sair da disputa, as negociações intensas.

Vagas como estratégia de apoio 

As cadeiras no TCU também estão sendo utilizadas como moeda de troca por pré-candidatos em busca de apoio partidário. Pelo menos um dos candidatos relatados que foi abordado por partidos específicos em uma indicação possível. Na eleição anterior de Arthur Lira para a presidência da Câmara, as vagas no TCU também foram uma peça chave nas negociações, culminando na nomeação de Jhonatan de Jesus (Republicanos) em 2023. 

Aliados de Lira indicam que ele pode usar essas vagas para garantir a eleição de um sucessor alinhado aos seus interesses. Além das vagas no TCU, outras cargas estratégicas, como a presidência e a relatoria da Comissão Mista de Orçamento e os cargos na Mesa Diretora da Câmara, estão sendo planejadas como parte do pacote de negociações.

Pressões e perspectivas partidárias 

O Partido Liberal (PL), que possui uma bancada maior na Câmara, recebeu sinais dos três candidatos à presidência da Casa de que poderá ocupar a vice-presidência em troca de apoio. O Partido dos Trabalhadores (PT), que possui o segundo maior número de deputados, também está de olho nessa posição. 

Os líderes partidários afirmam que Lira utilizará todas as ferramentas possíveis para garantir a eleição do candidato que apoia. Isso inclui o controle sobre a relatoria de projetos importantes e a indicação de nomes para grupos de trabalho que debatem diretrizes como a reforma tributária. 

Durante as negociações, a expectativa é de que os próprios pré-candidatos negociem com as bancadas e cheguem a acordos sobre o cronograma ao TCU e a presidência da Câmara. O governo federal também pode entrar na jogada, oferecendo cargas em busca de uma composição que assegure uma transição harmoniosa na Câmara.