Política

Em nome da mãe: a escolha do vice de JHC sempre foi a mais previsível

Um vice de peso ou plano quase perfeito de reeleição de JHC

Por Blog de Edivaldo Junior 02/08/2024 04h04 - Atualizado em 02/08/2024 13h01
Em nome da mãe: a escolha do vice de JHC sempre foi a mais previsível
JHC e Rodrigo Cunha durante convenção - Foto: Reprodução

Não foi “vidência”. O blog do Edivaldo Junior antecipou, com mais de um ano de antecedência, o movimento mais previsível de todos, embora os aliados de JHC e parte da imprensa tenham demorado a acreditar.

Em abril de 2023, antecipei a “leitura” de João Henrique Caldas, o JHC (PL), que deveria escolher Rodrigo Cunha (Pode) como seu candidato a vice, para abrir vaga no Senado para a mãe dele.

Esse, aliás, teria sido o argumento usado por JHC para “convencer” Arthur Lira (PP) de que ele não iria cumprir o acordo em que o presidente da Câmara dos Deputados indicaria o vice da sua chapa este ano: “ e se fosse sua mãe?”, teria argumentado o prefeito.

E foi em “nome da mãe”. A escolha agora é oficial. Reeleito, embora nem Arthur Lira nem outros aliados de JHC acreditem, ele deve continuar na prefeitura até o final do mandato. Esta é minha primeira “aposta”. Jogo aí “metade das minhas fichas”. A outra metade das fichas é que JHC pode até sair para disputar a eleição de 2026, mas se for, vai para o Senado.

Até lá, se os dois forem eleitos, a mãe do prefeito, a primeira suplente de Rodrigo Cunha, ganha um mandato de mais de dois anos no Senado.

Veja o texto que escrevi abril de 2023
:

Um vice de peso ou plano quase perfeito de reeleição de JHC

O prefeito tem a chance de ampliar o leque, a base do seu grupo político, podendo fazer uma composição.

Vice de JHC, Ronaldo Lessa renunciou ao cargo em dezembro de 2022, faltando dois anos de mandato, para se tornar vice de Paulo Dantas.

O que poderia ser um problema – e foi no caso do ex-governador Renan Filho, que teve dificuldades para lidar com a perda do seu vice, Luciano Barbosa, que deixou o cargo para virar prefeito de Arapiraca – abre para JHC uma grande oportunidade. Tudo vai depender de sua habilidade política.

O prefeito tem a chance de ampliar o leque, a base do seu grupo político, podendo fazer uma composição, por exemplo, com um vice indicado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. O nome seria o de Davi Davino Filho, mas Jó Pereira também é lembrada para a missão.

JHC ainda pode escolher um vice que represente a maioria da Câmara de Vereadores de Maceió. Nesse caso, o nome seria o de Galba Netto.

A abertura da vaga por Ronaldo Lessa, no entanto, abre outra grande oportunidade ao prefeito, um verdadeiro pulo do gato, um espaço vazio que permite a elaboração de um plano político quase perfeito – para JHC, é claro.

O projeto seria ter um vice de peso, um senador para disputar a reeleição como seu companheiro de chapa. Nesse caso, o nome escolhido seria o de Rodrigo Cunha.

E o que JHC ganharia com isso? Pra começar daria a mãe dele, Eudócia Caldas, que é a primeira suplente de Cunha, dois anos de mandato no Senado. E o que ele sempre quis fazer foi torná-la senadora.

E, o mais importante, JHC limparia o terreno, abriria uma vaga para disputar mandato de senador já nas eleições de 2026, sem precisar ter um aliado como adversário.

E sim, JHC não nega para ninguém que quer ser candidato ao Senado.

E Rodrigo Cunha, o que poderia ganhar com isso? Eleito vice-prefeito, em eventual afastamento JHC, seria então prefeito por dois anos e nove meses. E nesta condição disputaria a reeleição com boas chances de Vitória, até porque história mostra que prefeitos de Maceió sempre conseguiram ser reeleitos.

O plano só não é ainda é perfeito porque, ao que se sabe, o senador Rodrigo Cunha ainda resiste em aceitar a vaga de vice. Ainda falta muito tempo para ele pensar e decidir. Mas será preciso mais do que vontade, habilidade.

Se Rodrigo aceitar a vaga de vice, será preciso convencer Arthur Lira e Galba Netto. Mas essa é outra história.