Política

JHC posta vídeo capacitista constrangendo pessoas cegas

Ao atacar oposição, prefeito erra e expõe pessoas com deficiência nas redes sociais

Por Redação 21/08/2024 07h07 - Atualizado em 21/08/2024 12h12
JHC posta vídeo capacitista constrangendo pessoas cegas
. - Foto: Reprodução

Tentando se defender das críticas ao modelo de gestão adotado nos últimos 4 anos, o prefeito JHC cometeu nesta segunda-feira um grave ato de capacitismo em suas redes sociais. Destilando discriminação e preconceito, ele fez uma postagem atacando às pessoas com deficiência visual.

Ao colocar cegos tropeçando em suas realizações e equipamentos públicos, o prefeito atinge uma comunidade de cerca de 10% da população em Maceió. Na disputa pela Prefeitura, Rafael Brito lamentou que o adversário utilize um vídeo capacitista para se defender dos erros cometidos. "Tem gente que se vende como moderno, mas que segue com piadinhas que fizeram parte do passado e que não tem mais lugar nos dias de hoje, onde devemos enfrentar os preconceitos", afirmou Rafael.

“Capacitismo é uma prática distorcida é muito questionada por especialistas, pois leva à marginalização e exclusão das pessoas com deficiência, afetando sua autoestima e limitando suas oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional. Espero muito que o prefeito peça desculpas e que ele venha debater os verdadeiros problemas da cidade e aponte soluções no lugar de filtros de instagram”, rebateu Rafael.

Capacitismo é a crença equivocada de que pessoas com deficiência são inferiores ou menos capazes do que aquelas sem deficiência. A postagem do prefeito JHC ridiculariza pessoas cegas, colocando-as em cenas constrangedoras e que infelizmente fazem parte do seu dia a dia, especialmente pela omissão da Prefeitura que não cobra e fiscaliza a sinalização de Maceió.

O jornalista Gustavo Amorim que é pcd e milita em defesa, lamentou a postagem no instagram do prefeito. Ele comentou que nos tempos atuais não é possível imaginar que o capacitismo vá ser pauta em uma campanha que busca apresentar respostas para os problemas da cidade, inclusive, alternativas para inclusão. "A gente vê as obras com os nossos corações, com os nossos sentidos. As pessoas vendadas, batendo nas obras, parece que as pessoas que não enxergam não podem sair de casa. Ele está sendo muito capacitista", criticou.

Gustavo lembrou que o preconceito se manifesta de diversas formas, desde atitudes e comportamentos até barreiras físicas e sociais que impedem a plena participação das pessoas com deficiência na sociedade. "A gente que é deficiente visual pode realizar tudo que a gente sonha. Temos ouvidos, tato e sentimentos", acrescentou.

*Com Assessoria