Vereadora mais votada de Alagoas em 2020 e com DNA político, a advogada Gaby Ronalsa teve de mudar os planos neste ano. Ela havia anunciado que não iria para a reeleição de vereadora em virtude de sua gestação, mas acabou convencida a compor a chapa do candidato a prefeito de Maceió pelo MDB, Rafael Brito.

Reconhecida pelo trabalho social que realiza na periferia ao lado do irmão, o deputado estadual Dudu Ronalsa, Gaby contou que até refletiu um pouco quando recebeu o convite de Rafael Brito, por causa da gravidez de risco.

“Ultrapassei o momento crítico de minha gestação e, graças a Deus, Alicinha, a Maria Alice, de quatro meses, nasceu bem e saudável. Eu venho vivendo a maternidade como sonhei, mas quando Rafael me convidou para integrar a chapa, fiquei bastante pensativa nesse propósito”, comentou a vereadora.

A advogada fez questão de destacar que aceitou o convite e decidiu mudar os rumos de sua vida para ser um dos diferenciais na chapa de oposição ao prefeito JHC. Além disso, aproveitou para comentar as lutas travadas na Câmara de Vereadores, principalmente na defesa das mulheres e pessoas com deficiência.

“Ao longo do meu primeiro mandato na Câmara de Vereadores, nunca deixei me intimidar. Sempre fui às comunidades ouvir o povo e assim protocolei mais de 3 mil proposições solicitando melhorias para os maceioenses. Infelizmente, o descaso é tão grande, que não tive sequer 1% dos pleitos atendidos pela atual gestão”, lamentou.

PARTICIPAÇÃO FEMININA

Questionada sobre a importância da mulher na política, ela disse que sempre defendeu a maior participação feminina nos cargos de destaque da vida pública e aproveitou para tecer críticas à gestão do prefeito JHC quanto à política de gênero.

“Fica muito claro que a única mulher que ele se preocupa em beneficiar de fato é a própria mãe, que pode se tornar senadora”, comentou Gaby. “Já é a segunda vez que o prefeito escolhe um homem para ser vice, tirando assim o protagonismo das mulheres”.

Gaby disse que a falta de atenção com as mulheres por parte atual gestão é observada na ausência de políticas públicas para esse público. “São mães que não têm onde deixar seus filhos para trabalhar. Escolas sem auxiliares para crianças com deficiência que precisam de acompanhamento multidisciplinar. É a saúde da mulher sendo negligenciada diante de um sistema de saúde e agendamentos que não funcionam. É desrespeito total com a vida. E a gente precisa mudar essa realidade”.

A vereadora disse ainda que outro sinal do distanciamento político de JHC da realidade feminina está na escolha do senador Rodrigo Cunha para composição de vice na chapa dele.

“Com essa escolha do vice, ficou clara e lógica a pretensão dele de, em menos de dois anos, entregar a prefeitura a outro homem e assim tentar o governo do Estado ou o próprio Senado. Afinal, que senador deixa o cargo para ser vice sem a promessa de assumir a prefeitura?”, questionou.

Para Gaby, a escolha de outro homem na chapa não é novidade, pois JHC é cercado por homens, seu secretariado é de maioria masculina, demonstrando que ele não acredita na capacidade das mulheres.

Quanto aos primeiros dias de campanha ao lado de Rafael Brito, a vereadora disse que tem tido bons momentos e revelou estar surpresa com o deputado federal, que já sinalizou ampliar o quadro de mulheres na gestão municipal, caso seja eleito.