Política
Escândalo na educação: Creches Gigantinhos de JHC acusadas de assédio e perseguição política
Professores denunciam um ambiente de trabalho tóxico, marcado por assédio moral e perseguição política, culminando em uma série de demissões controversas
Um escândalo envolvendo as creches Gigantinhos, projeto emblemático da gestão do prefeito JHC (PL) em Maceió, veio à tona nesta semana. Professores denunciam um ambiente de trabalho tóxico, marcado por assédio moral e perseguição política, culminando em uma série de demissões controversas.
Gabriel, um dos professores demitidos, revelou à reportagem um cenário alarmante na unidade do bairro Santos Dumont. Segundo ele, mais de 20 educadores foram desligados abruptamente após denunciarem práticas de assédio moral à Secretaria Municipal de Educação (SEMED) e ao Instituto Igeve, responsável pela gestão das creches.
"Estávamos sob constante ameaça. A diretoria nos pressionava a não falar sobre o que acontecia dentro da instituição, sob pena de perdermos nossos empregos", afirmou Gabriel. Mais grave ainda, o professor alega que houve pressão explícita para apoio político: "A diretora nos ameaçava, dizendo que se não votássemos no JHC, perderíamos nossos empregos."
As denúncias não se limitam ao assédio moral e à coerção política. Gabriel relata que os nomes dos denunciantes foram entregues à diretoria do instituto, resultando nas demissões em massa. "Fomos demitidos sem justificativa, sem explicação sobre qual erro teríamos cometido", desabafou.
O Instituto Igeve, quando contatado, negou a demissão de 20 professores, confirmando apenas o desligamento de seis profissionais. Em nota, alegou que "os profissionais não teriam se adequado a algumas das normas preconizadas pela Legislação da Educação Infantil", justificativa considerada vaga pelos educadores afetados.
A situação levanta sérias questões sobre a gestão do projeto Gigantinhos, uma das principais bandeiras da administração JHC na área da educação. A mistura de assédio laboral com pressão política em um ambiente educacional é particularmente preocupante, especialmente considerando que 2024 é um ano eleitoral, com JHC concorrendo à reeleição.
A diretora da unidade do Gigantinhos no Santos Dumont, Bárbara Nogueira, se absteve de comentários diretos, redirecionando todas as perguntas ao Igeve. Esta postura levanta ainda mais suspeitas sobre a transparência da gestão das creches.
O caso das creches Gigantinhos agora se torna um ponto de inflexão para a administração JHC. A forma como a prefeitura lidará com essas acusações poderá ter um impacto significativo não apenas na qualidade da educação infantil em Maceió, mas também nas perspectivas políticas do atual prefeito.
Enquanto isso, professores como Gabriel enfrentam um futuro incerto, privados de sua fonte de renda e traumatizados pela experiência. "Não é apenas sobre nossos empregos", diz ele. "É sobre a integridade da educação em nossa cidade e o futuro de nossas crianças."
A reportagem continuará acompanhando o desenrolar deste caso, buscando respostas da Prefeitura de Maceió e do Instituto Igeve sobre as graves acusações levantadas pelos educadores.