O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PL), segue como favorito. Lidera com folga as pesquisas mais recentes e, continuar assim, deve vencer no primeiro turno. Ele surfa, literalmente, na onda.

A atual safra de prefeitos em todo o Brasil, especialmente em Alagoas, vive situação parecida, com altos índices de aprovação, cofre cheio e possibilidade de vitória (reeleição ou eleição de um sucessor) acima de 80%.

Das 102 prefeituras de Alagoas, só deve ter alguma disputa mais acirrada em 8 ou 10 municípios – no máximo. Em 5 cidades (Cacimbinhas, Branquinha, Jaramataia, Mar Vermelho e Satuba) a disputa será de candidatos únicos – que já podem se considerar eleitos.

Em grandes cidades, a exemplo de Arapiraca, União dos Palmares, Delmiro Gouveia, Penedo, Marechal Deodoro, Pilar, Teotônio Vilela, Atalaia e São Miguel dos Campos a situação lidera com folga.

Mas mesmos nestas cidades os candidatos seguem o “rito” normal de campanha, com atividades tradicionais e, claro, focando nas redes sociais.

Em Maceió, no entanto, JHC decidiu se ausentar dos debates, se recusando a participar do encontro promovido pela CBN e não compareceu sequer nas sabatinas feitas por veículos insuspeitos, a exemplo do Uol e Gazetaweb.

Até o momento, o prefeito se limita aparentemente a ambientes aparentemente controlados. Dá entrevistas pontuais a cobertura de campanha feita pela TV Gazeta e deu, até o momento, apenas respostas a uma entrevista “por escrito” ao Cada Minuto.

Na entrevista, JHC dá respostas evasivas, generalistas para problemas complexos. Veja o exemplo de uma das perguntas e respostas mais importantes:

“Considerando seu plano de governo, quais são suas prioridades? Por quê?

Saúde, educação e segurança pública. Adicionalmente a isso, vamos continuar trabalhando para criar um ambiente de geração de empregos.”

A ausência de JHC em eventos importantes, a exemplo de sabatinas e debates pode até ser uma estratégia para “esvaziar” a campanha e evitar que outros candidatos cresçam. Mas também pode representar ‘medo’ de ser confrontado com questões polêmicas ou, pior, uma falta de preparo - no sentido de “treino” – para a campanha.

É mais confortável para o prefeito seguir apostando nas “trends” das redes sociais. Entre curtidas e comentários cada vez mais repetitivos, existe uma satisfação crescente de ‘influencer’ que faz política.

O problema para JHC é que a política vai cobrar seu preço. Ele pode sair da campanha com carimbo de “fujão”, o que não é nada bom para ninguém, muito menos para ele.