Política

Moradores do Antares diz que prefeitura ignorou alternativas para evitar desapropriações

Construção da Linha Verde, via que liga o Antares ao Tabuleiro, vai desapropriar 40 imóveis da região

Por Redação 25/09/2024 18h06
Moradores do Antares diz que prefeitura ignorou alternativas para evitar desapropriações
Área no Antares receberá nova via urbana e sua desapropriação custará R$ 30 milhões - Foto: Divulgação

A Prefeitura de Maceió iniciou o processo de desapropriação de até 40 imóveis no bairro do Antares para a construção de uma nova via, gerando insatisfação entre os moradores. O projeto tem sido alvo de críticas devido à falta de diálogo com a comunidade local, que apresentou alternativas menos impactantes, elaboradas por especialistas da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

Os estudos da UFAL propunham soluções que preservariam a maior parte das residências e atingiriam apenas dois galpões comerciais. No entanto, a gestão municipal decidiu seguir com o projeto original, que envolve a remoção de dezenas de famílias, sem considerar as propostas da universidade ou abrir espaço para novas negociações.

Um dos afetados pela decisão, considerada arbitrária, é o corretor de imóveis Jô Andrade, morador do bairro há décadas. Em entrevista à Folha de Alagoas, ele relatou que a comunidade do Antares, junto com uma equipe da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), apresentou à prefeitura cinco projetos alternativos, com base em estudos detalhados.

No entanto, nada foi levado em consideração, e a gestão municipal manteve o plano de desapropriar as 40 residências. “Eu não entendo por que tem que ser assim. Por que desapropriar tantos imóveis, se nas cinco alternativas que apresentamos não seria necessário desapropriar nada, ou quase nada?”, pontua.

A justificativa oficial para a obra é a melhoria da mobilidade urbana, mas moradores afirmam que a decisão desconsidera o impacto social das remoções. Para muitos, o projeto reflete um distanciamento da administração municipal em relação aos compromissos de diálogo e participação com a população.

A Secretaria Municipal de Infraestrutura já enviou fiscais para avaliar as residências que serão demolidas, o que ampliou o sentimento de desespero entre os proprietários.