A matéria do Uol, publicada nesta quarta-feira (02), aborda o jogo político do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). No quinto episódio de "Lira: Os Atalhos do Poder", fala como Lira pressionou o presidente Lula a liberar R$ 1,7 bilhão em emendas parlamentares e como ele navega entre suas bases eleitorais e os bastidores do poder em Brasília, sempre em busca de manter o controle da situação.

No início de 2023, assim que assumiu o poder, o presidente Lula enfrentava dificuldades para aprovar a Medida Provisória que estruturava os ministérios de seu governo. Com isso, Arthur Lira adiou a votação até o último momento, pressionando o governo a liberar R$ 1,7 bilhão em emendas parlamentares.

A MP foi aprovada, mas a reportagem destaca que a movimentação deixou evidente o poder de barganha que Lira exerce na Câmara.

Além disso, o episódio aborda que mesmo estando em situação de derrota, o político alagoano consegue tirar vantagem a exemplo do Projeto de Lei que equiparava o aborto ao crime de homicídio. Conhecido como PL do Estupro, Lira conseguiu tirar vantagem, apesar da oposição ferrenha do Senado e da rejeição pública ao projeto, o governo liberou R$ 4,5 bilhões em emendas parlamentares e, no final, Lira saiu ganhando mais uma vez, destaca a matéria.

A reportagem também volta o olhar para Alagoas, especialmente, o povoado de Palateia, na Barra de São Miguel, litoral sul do estado. O município é governado pelo pai de Arthur Lira, Biu de Lira, que tenta a reeleição.

A jornalista Thais Bilenky visitou o local, conhecido como o 'Paraíso das ostras alagoanas' e constatou a ausência de infraestrutura básica na região.

Em 2020, durante a campanha eleitoral, Biu prometeu uma obra de pavimentação em Palateia. O orçamento inicial da obra, de R$ 3,8 milhões, já saltou para R$ 12 milhões, mas em junho de 2024 as ruas ainda eram de barro. O dinheiro é proveniente de emendas parlamentares e a execução está a cargo da Codevasf. Moradores relatam alagamentos constantes e frustração com a falta de progresso, apesar das promessas de campanha do prefeito.

Em resposta ao UOL, a Codevasf, que executa a obra em um convênio com a prefeitura. A empresa afirmou que o valor da triplicou porque, além da urbanização interna inicialmente prevista, foi incluída a pavimentação do acesso à comunidade. A Codevasf não deu previsão para a conclusão da obra e disse que os recursos são provenientes de emendas do relator geral, no valor de R$ 3,8 milhões, e emendas da bancada de Alagoas, com R$ 8,2 milhões.

*Com informações do UOL