Política
Fortalecido, Renan Calheiros avalia cenário político pós-eleição em AL
A expectativa para 2026 é que Renan deve receber o apoio de quase 90 prefeitos no estado, incluindo 65 do MDB e 15 do Progressistas (PP)
Com o grupo político fortalecido, o senador Renan Calheiros (MDB) tem pela frente o desafio de disputar a reeleição em 2026 com um arranjo que pode lhe garantir forte apoio no interior do Estado, lastreado na aliança com o governo do presidente Lula (PT) e com governo de Paulo Dantas (MDB).
Há quem veja nos resultados das eleições municipais deste ano uma preparação para as próximas eleições, quando serão votados, em Alagoas, além do presidente da república, governador, dois senadores, nove deputados federais e 27 deputados estaduais.
O senador Renan Calheiros (MDB) se movimenta para garantir sua reeleição ao Senado em 2026, contando com uma estrutura política muito forte no interior. A expectativa é que Renan deve receber o apoio de quase 90 prefeitos no estado, incluindo 65 do MDB e 15 do Progressistas (PP), além de prefeitos de partidos aliados, como o PSB.
A reeleição de Renan em 2026 será ancorada por uma aliança que tem como pilares nomes fortes da política alagoana: o ministro Renan Filho, o governador Paulo Dantas, e o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor.
Este grupo, que já consolidou uma base de apoio significativa com a vitória em 65 prefeituras nas eleições municipais de 2024 pelo MDB, além de duas pelo PSB, 15 pelo PP e uma do Republicanos, está trabalhando para fortalecer suas posições nas próximas eleições.
Além de buscar a reeleição de Renan Calheiros ao Senado, o grupo de Paulo Dantas tem como objetivo eleger o sucessor do governador, conquistar a maioria das vagas na bancada federal, e garantir o controle da Assembleia Legislativa. Esse projeto político visa manter o domínio do grupo em Alagoas e ampliar sua influência em Brasília.
A aliança com o governo federal, liderado por Lula, também será um trunfo para Renan. Em entrevista na Gazeta de Alagoas, o senador analisou os resultados do MDB em Alagoas e reforçou a importância do apoio do governo federal para garantir avanços econômicos no estado, como o pleno emprego, que Renan acredita ser uma das metas do governo Lula.
Veja um resumo da entrevista:
RENAN CELEBRA RESULTADO DO MDB NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS
Com 65 prefeitos eleitos no pleito deste ano, o presidente do MDB em Alagoas, senador Renan Calheiros, claramente comemora o resultado. Em entrevista à Gazeta, ele falou sobre a construção dessa frente unida e disse que o governo do Presidente Lula (PT) deve garantir o pleno emprego no Brasil.
Ao abordar a expectativa de eleger entre 80 e 90 candidatos, Renan revelou que a sigla, somando os apoios, chegou a número semelhante: “Nós só perdemos em 12 municípios, já que houve a eleição direta de 65 gestores dos partidos e outros tantos em alianças diversas em vários municípios”.
“Entendo que essa resposta social que obtivemos é um pouco fruto do nosso comportamento de respeito àqueles que estão em outros partidos e que, aqui ou acolá, divergem de nós no campo das ideias”, completou.
MACEIÓ
Renan também comentou sobre a dificuldade histórica do MDB em Maceió, reconhecendo que a capital apresenta desafios significativos. “Na capital, já tivemos êxitos e reveses. É do processo democrático e respeitamos profundamente as escolhas do eleitor e da sociedade”, observou.
“A natureza da eleição municipal é muito focada na qualidade dos serviços públicos, o que gera um favoritismo para os prefeitos em exercício. Isso é um fenômeno nacional, com pouquíssimas exceções no Brasil”, destacou.
ELEIÇÕES NACIONALIZADAS
Sobre a nacionalização das eleições em Alagoas, o senador atribuiu essa dinâmica à sua trajetória política e ao trabalho legislativo que realiza há anos. “Eu procuro cumprir ao máximo o papel legislativo – fiscalizar e propor leis – que a sociedade de Alagoas me delega”.
Ele lembrou que já foi deputado estadual, federal e quatro vezes senador, além de ter sido Ministro da Justiça e Presidente do Congresso Nacional em várias ocasiões. “Esse trabalho adquire visibilidade e ajuda a projetar a importância histórica de Alagoas na política nacional, além de contribuir para uma boa imagem do Estado”.
DISPUTA COM LIRA
Quando questionado sobre as projeções futuras e a possibilidade de uma disputa entre ele e o Presidente da Câmara nas duas vagas do Senado, Renan considerou prematuro fazer prognósticos. “Acho precipitado, já que não há nada definido. Ainda faltam 24 meses e devemos nos dedicar ao mandato atual”, afirmou.
Ele enfatizou a importância de um longo processo de discussão interna no MDB, que ele considera amplo e democrático.“Estamos recebendo apelos para que o Ministro e senador Renan Filho seja um dos nomes para disputar o governo, e isso é resultado do trabalho que ele fez”, destacou, elogiando as gestões de Paulo Dantas e Renan Filho, que, segundo ele, transformaram Alagoas em um dos estados que mais cresceram no Nordeste.
SUCESSORES
Renan Calheiros também falou sobre os expoentes do MDB, afirmando que o partido está se fortalecendo e demonstrando sua musculatura a cada novo pleito. “O MDB, como seu timoneiro-mor, Ulysses Guimarães, é a Fênix que renasce das cinzas. Recentemente, elegemos 856 prefeitos em todo o Brasil, um patrimônio eleitoral robusto que exige trabalho e respostas concretas”.
“No Brasil e aqui em Alagoas, temos um excesso de quadros qualificados. A carência de bons nomes não é um drama que ronda o MDB, mas pode assombrar outras legendas”, completou.
CPI DA BRASKEM
Em relação à CPI da Braskem, Renan revelou seu empenho em buscar indenizações para as vítimas do que considera o maior crime ambiental da área urbana do mundo.
“Eu busquei e ainda persigo vários caminhos para assegurar que as vítimas tenham a indenização adequada e que o Estado seja ressarcido”, explicou.
Ele salientou que sua saída da CPI se deu por considerar que aquela seria uma investigação ‘domesticada’.
“Saí quando ficou claro que a CPI estava, na composição, domesticada. Não havia outra alternativa a não ser sair e denunciar o que seria um simulacro investigatório”, analisou. “A Braskem, mais cedo ou mais tarde, haverá de pagar pelo que fez em Maceió”.
LULA 3
Ao avaliar o governo Lula, Renan destacou a economia como o principal ativo. “A previsão do PIB para 2024 é otimista, e o Brasil está perto do pleno emprego”, afirmou.
Ele ressaltou que a inflação está sob controle e que as agências de risco internacionais estão melhorando a nota de crédito do Brasil. “A renda do brasileiro cresce, a inflação está sob controle, a fome e a pobreza estão caindo e as agencias de risco do mundo inteiro estão melhorando a nota de crédito do Brasil”.
ELEIÇÃO EM SÃO PAULO
Sobre a eleição em São Paulo, o senador considerou que foi uma celebração da democracia.
“A sociedade votou livre de falsidades sobre a lisura do pleito e das urnas eletrônicas”, afirmou.
No entanto, ele lamentou que ainda existem práticas reprováveis nas campanhas, sem citar nominalmente o candidato Pablo Marçal, que participou de polêmicas durante o pleito deste ano.
“Desaprovo a troca dos projetos pelas agressões e pela mentira. A eleição de São Paulo também dividiu a direita, mas o eleitor optou majoritariamente por gestores de centro, escolhendo prefeitos do MDB e do PSD”, destacou.