Política
Carta de Alagoas será debatida em Cúpula do G20 e firma compromissos pela equidade de gênero
Ao todo, o documento contém 17 recomendações e possui o compromisso de incluir os direitos das mulheres nas políticas e nos orçamentos nacionais
Os parlamentos das 20 maiores economias do mundo firmaram um compromisso histórico com a Carta de Alagoas, documento elaborado e aprovado em julho na primeira reunião de mulheres parlamentares do P-20, realizada em Maceió. O documento é considerado um marco social e traz três eixos centrais: ampliação da participação feminina na política, enfrentamento da crise climática e promoção da igualdade de gênero com foco na autonomia econômica das mulheres.
Agora, durante a Décima Cúpula de Presidentes dos Parlamentos do G20 (P20), os países deverão observar as 17 recomendações contidas na Carta de Alagoas. O documento foi elaborado por deputadas e senadoras de 26 países. A líder da bancada feminina, senadora Leila Barros (PDT-DF), defende que o documento é uma oportunidade para construir um futuro mais equitativo para homens e mulheres. Fonte: Agência Senado
Representantes de 26 países, como México, Itália, Índia, Reino Unido, Estados Unidos e Coreia do Sul, colaboraram na construção da carta. Entre as recomendações, destaca-se o compromisso de incluir os direitos das mulheres nas políticas e nos orçamentos nacionais, ampliando o financiamento público para promover a igualdade e combater a violência política. Outro ponto é a valorização do trabalho de cuidado e doméstico, geralmente não remunerado.
A Carta de Alagoas também propôs uma mudança estrutural no P-20: a criação de uma reunião anual de mulheres parlamentares, que abrirá todas as sessões do grupo. Inspirada pelo exemplo do Brasil, essa medida visa dar maior visibilidade e prioridade às pautas de gênero nas deliberações internacionais.
Para a senadora Leila Barros (PDT-DF), líder da bancada feminina no Congresso, a elaboração do documento mostra que os desafios das mulheres são similares em várias partes do mundo e exigem soluções coletivas. “As trocas de experiências entre parlamentares de diferentes países foram fundamentais para percebermos que, apesar das diferenças, existe uma agenda comum”, destacou. Ela também citou o México como exemplo no avanço da igualdade de gênero, ressaltando que é uma referência a ser perseguida.
Além de Leila Barros, as senadoras Professora Dorinha Ceabra (União-TO) e Soraya Thronicke (Podemos-MS) participaram do encontro em Maceió. Elas expressaram que a carta é um "começo de muitos outros" e convidaram mais parlamentares a se unirem nas próximas reuniões, visando uma agenda que priorize as necessidades e os direitos das mulheres.
*Agência Senado