Em um galpão coberto por telhas brasilitis funciona a Creche Professora Maria Elizabete dos Santos, unidade do projeto Gigantinhos, da Prefeitura de Maceió, no bairro do Santos Dumont. Por lá, estudam cerca de 1200 crianças com idades entre 6 meses e 5 anos, mas elas estão sofrendo pelo descaso com a educação por parte da gestão municipal. 

Desde o dia 12 de novembro, ou seja, há 10 dias, um problema na rede elétrica deixou a unidade de educação parcialmente sem energia. Com arcondicionados ou ventiladores sem funcionar, as crianças não tiveram aula nos dias seguintes. 

Após o feriado da proclamação da República e o final de semana, havia a expectativa de que a situação tivesse sido resolvida, mas na segunda-feira (18), os alunos que foram à escola voltaram a enfrentar os mesmos problemas. 

Mesmo com um aviso informando que haveria aula normal na terça-feira (19), às 11h57, a direção da unidade enviou um comunicado por Whatsapp avisando que os pais e responsáveis deveriam buscar seus filhos na creche, "pois a mesma estava sem energia". 

"Tem mãe que tá levando as crianças porque não tem com quem deixar mas assim, elas estão ficando no calor, as professoras não podem reclamar porque não é por ser trabalho, mas quando a gente fala com elas, ela diz que tá muito difícil. Porque as crianças ficam irritadas e não conseguem brincar porque lá é galpão, então é muito quente", relata a mãe de uma aluna do berçário da rede Gigantinhos do Santos Dumont. 

Nas redes, as reclamações ecoam sem resposta oficial da Prefeitura de Maceió. "Os funcionários da creche são excelentes. Mas não podem continuar em um local, onde não se tem a mínima qualidade de ensinar! Energia oscilando, as crianças só de fraldas para não sentirem tanto calor  crianças não tomam mais banho para economizar água, um verdadeiro absurdo, queremos solução", relatou um usuária no comentário de um portal de notícia sobre o abandono no Gigantinhos. 

Além disso, há queixas sobre a falta de um canal de comunicação eficaz com a creche. Mensagens são enviadas apenas de forma esporádica, e informações completas sobre as condições do prédio nem sempre são repassadas. Outro problema apontado é a falta de água encanada, suprida por caminhões-pipa, mas que, segundo as mães, não tem relação direta com os problemas de energia, como a direção alega.

O Jornal de Alagoas procurou o IGEVE, instituto responsável pela administração do Gigantinhos que, em nota, informou que a Equatorial está trabalhando para aumentar a capacidade de fornecimento de energia elétrica do Gigantinhos Santos Dumont e que a a distribuidora de energia elétrica foi acionada na semana passada, em decorrência de um incidente no medidor de energia. 

"Os problemas elétricos afetaram provisoriamente o fornecimento de água no local, mas a situação já foi normalizada. O prédio onde funciona o Gigantinhos do Santos Dumont está com o Certificado de Limpeza e Desinfecção de Caixa D’Água em dia", complementa a nota do Igeve. 

A instituição informou também que a equipe da Equatorial antecipou a marcação e agendou a ida no Gigantinhos do Santos Dummont para segunda-feira, dia 25, já para realizar os ajustes necessários na rede.

A concessionária do energia elétrica Equatorial Alagoas também foi procurada pela reportagem e esclareceu no último dia 16 deste mês recebeu uma nova solicitação por parte do responsável pela unidade, uma vez que por motivos de pendências e necessidade de adequações nas instalações internas da instituição, de responsabilidade do cliente, houve inviabilização do serviço. 

A assessoria da concessionária de energia informou que a nova solicitação está dentro do prazo estabelecido pela resolução 1.000 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e após a análise técnica, uma nova vistoria será realizada.