Política

Lira no radar de Lula: reforma ministerial mira fortalecimento político

Presidente avalia ministério para líder do Centrão em estratégia para reeleição

Por Redação* 02/12/2024 10h10
Lira no radar de Lula: reforma ministerial mira fortalecimento político
Arthur Lira (PP-AL) - Foto: Câmara dos Deputados

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) considera uma reforma ministerial como parte da estratégia para fortalecer a base no Congresso e pavimentar alianças mudando a reeleição em 2026. A proposta ganhou força após o fortalecimento do Centrão nas eleições legislativas e a queda da popularidade do governo em pesquisas recentes. 

Entre as articulações em análise, está a oferta de um ministério ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), visto como um dos principais articuladores políticos do país. 

A inclusão de Lira na Esplanada dos Ministérios seria uma tentativa de atrair o PP, partido liderado pelo alagoano, para um alinhamento mais próximo ao governo. Atualmente, o PP mantém postura pragmática, mas sem compromisso formal com o projeto petista. 

Essa abordagem busca ainda consolidar o apoio de outros partidos do Centrão, como PSD, União Brasil e Republicanos, que detêm pastas importantes, mas permanecem independentes nas votações do Congresso. 

O peso político de Lira 

Arthur Lira é considerado uma peça estratégica tanto para garantir a governabilidade quanto para abrir espaço para negociações mais amplas no Legislativo. Sua liderança no Centrão se solidificou com a articulação para eleger Hugo Motta (Republicanos-PB) como seu sucessor na presidência da Câmara em 2025, fortalecendo sua influência mesmo após o término de seu mandato. 

Entretanto, o principal desafio para o Planalto é escolher uma pasta que satisfaça as expectativas de Lira e de seus aliados sem gerar atritos internos no governo. Em 2021, Lira manifestou interesse em assumir o Ministério da Saúde, mas recebeu como alternativas às pastas de Portos e Aeroportos e de Esporte, opções consideradas de menor impacto político. 

Apesar das críticas à gestão de Nísia Trindade na Saúde, Lula reluta em ceder o comando de uma das áreas mais sensíveis de sua administração.