Em política, os gestos falam mais do que palavras. O prefeito de Maceió assumiu o segundo mandato dando sinais de que planeja se desincompatibilizar – na prática renunciar – ao cargo para disputar o governo de Alagoas em 2026.

Se confirmado o novo projeto, ele ficará apenas mais quize meses como prefeito, porque teria que renunciar já no início de abril de 2026 para concorrer a outro cargo.

Durante a posse, realizada nesta quarta-feira (01/01) João Henrique Caldas, o JHC (PL), tentou desconversar sobre uma possível candidatura a governador, ao ser abordado pela imprensa.

Ele não confirmou, mas esteve muito longe de negar que já está trabalhando para ser candidato à sucessão de Paulo Dantas (MDB).

"(A eleição de) 2026 a gente vai discutir em 2026. Esse é um ano administrativo, uma oportunidade que a gente tem de contribuir ainda mais para a nossa cidade e estou muito animado para a gente dar continuidade a esse trabalho", disse JHC ao ser questionado pela imprensa sobre uma possível disputa ao Governo de Alagoas ou ao Senado no próximo ano.

Além das palavras, JHC já age como se candidato fosse. O número de cargos comissionados da prefeitura de Maceió vai saltar de 2,4 mil para 3,6 mil, entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano.

O prefeito também passou a dar um grande espaço na gestão ao seu vice, o ex-senador Rodrigo Cunha (Pode), que abriu vaga no Senado por mais de dois anos, para a mãe de JHC, Eudócia Caldas (PL).

No discurso de posse, nesta quarta-feira (01/01) JHC afirmou que a partir de agora Maceió tem dois prefeitos, em referência ao vice, que assumiu o cargo com a perspectiva de virar titular em abril do próximo ano.

Rodrigo Cunha, além de vice, assume também a Secretaria de Infraestrutura do município e vai comandar investimentos de mais de R$ 1 bilhão somente este ano. A Pasta parece ser parte da estratégia para tornar o ex-senador mais conhecido em Maceió, num projeto político e eleitoral.

Resta saber se JHC manterá a candidatura ao governo mesmo se Renan Filho for candidato a governador ou se poderá disputar o Senado, num projeto que pode torná-lo adversário de Arthur Lira. Mas essa é outra história.