Todos os prefeitos de Alagoas estão do mesmo lado. Ou quase. No atual cenário, todos fazem parte do mesmo bloco político (não partidário), com raras exceções.

Contam-se nos dedos os gestores que fazem oposição ao grupo de Paulo Dantas. Declarado, apenas o prefeito de Maceió, JHC. Os outros 101 têm relação com o governo e, destes, pelo menos 90 assumiram o compromisso de votar no candidato a governador que será indicado por ele, além do senador Renan Calheiros, em 2026.

Quando se trata de blocos partidários, a hegemonia fica por conta do MDB, com 65 e do PP, com 27. Juntos, os partidos de Renan Calheiros e Arthur Lira tem 92 dos 102 prefeitos alagoanos. Entre os outros 10 ao menos 9 são aliados de um ou de outro ou dos dois.

Por isso, Renan e Lira são fortes para o Senado e o MDB tem todas as probabilidades de eleger o próximo governador.

Esse cenário vai se refletir na eleição do próximo presidente da Associação dos Municípios Alagoas (AMA). O atual presidente, Hugo Wanderley, trabalha em função do consenso e não vai ter muita dificuldade para conseguir que a escolha seja feita por aclamação.

Apenas dois nomes apresentaram interesse em disputar a presidência da AMA: Jorge Dantas (MDB, de Pão de Açúcar) e Marcelo Beltrão (PP, de Coruripe). Experientes ambos estão no quarto mandato como prefeitos e já foram presidentes da AMA por dois mandatos. O último deles, coincidência ou não, eles “dividiram” a gestão, ficando um ano, cada um. Isso ocorreu depois de um entendimento entre os dois.

Agora, tanto Renan Calheiros quanto Arthur Lira já sinalizaram que apoiam o entendimento, ou seja, defendem o consenso. A bola agora está com Dantas e Beltrão - como vão jogar é com eles, mas seja qual for o resultado , o bloco, o time que vai vencer será o mesmo: o do governador Paulo Dantas.