A entrada Marcelo Beltrão mudou a matemática partidária em Alagoas. Ele foi eleito, em 2024 em Coruripe como um dos 27 prefeitos do PP, o partido de Arthur Lira, enquanto o MDB de Renan Calheiros fez 65 prefeitos. A distância entre as duas legendas agora aumento: é 26 contra 66, antes 38, agora 40 de diferença.

O MDB mira ainda outros dois prefeitos eleitos pelo PP na região sul do Estado: Felipe Jatobá e Jorge Nunes, de Jequiá da Praia e Feliz Deserto, respectivamente.

O movimento de Marcelo, apesar da mudança no “score” partidário foi tranquilo e já estava pactuado desde as eleições do ano passado – ou melhor, muito antes mesmo das convenções.

Antes de deixar o PP, Marcelo Beltrão alinhou sua saída do partido com Arthur Lira. “Sai pela porta da frente”, resume. Na prática, ele conversou com o presidente da Câmara dos Deputados, que entendeu seu posicionamento. "Tivemos uma boa conversa. O arthur entendeu que eu tinha um compromisso com o governador Paulo Dantas", disse.

Nas eleições do ano passado, além do apoio do MDB, Marcelo teve a parceria do governador Paulo Dantas, que vem ajudando Coruripe com obras importantes, além da atração para a cidade do resort Vila Galé.

Do ponto de vista da política, o governador manteve a irmã de Marcelo, Alice Beltrão, à frente da Sedics, mesmo com Marcius Beltrão irmão deles, disputando a prefeitura de Penedo contra um prefeito do MDB. Passadas as eleições, Alice será mantida na Sedics, Marcelo será eleito presidente da AMA, fortalecendo o seu grupo político. E o gesto de trocar a legenda, além de ser esperado, soou ainda mais natural porque ele antes de ir para o PP era filiado ao MDB. E por isso foi recebido no partido com naturalidade, como alguém que já conhece a casa que agora volta a frequentar.