Política
Ex-prefeito Gilberto Gonçalves cria crise com os vereadores de Rio Largo
GG tentou nomear os presidentes das comissões permanentes da Câmara, mas encontrou resistência unânime dos 13 vereadores
O prefeito de Rio Largo, Pedro Carlos, conhecido anteriormente como Carlos Gonçalves, vivenciou, nesta semana, a sua primeira crise, originada pela influência do ex-prefeito Gilberto Gonçalves, atualmente supersecretário de governo. Este cargo foi criado por GG no fim de sua gestão anterior, e de acordo com o Jornal Extra, ele tem agido como se fosse o prefeito, intervindo em diversas áreas da administração municipal.
Gilberto Gonçalves tentou nomear os presidentes das comissões permanentes da Câmara, mas encontrou resistência unânime dos 13 vereadores, sendo 5 de oposição e 8 aliados do prefeito Pedro Carlos. Indignado com a rejeição, GG demitiu todos os servidores que haviam sido indicados pelos vereadores, o que gerou uma reação dos mesmos, que pediram a exoneração do supersecretário. Pressionado, o prefeito Pedro Carlos endossou a decisão dos vereadores, obrigando GG a recuar em sua atuação na Câmara.
Percebendo que havia perdido a disputa, GG se desculpou com os vereadores e reverteu as demissões dos servidores indicados pela bancada governista. Em entrevista ao jornal Extra, o prefeito Pedro Carlos procurou amenizar o clima tenso, reafirmando que o ex-prefeito segue em sua equipe com um salário de R$ 20 mil mensais e 50 cargos à sua disposição.
Desde seu primeiro mandato, Gilberto Gonçalves iniciou uma disputa com os proprietários da usina Utinga Leão e outros donos de terras rurais do município. Seu objetivo era transformar essas propriedades em áreas urbanas para cobrar IPTU delas. No segundo mandato, enviou um projeto para a Câmara com essa proposta, mas a matéria foi rejeitada, o que gerou atritos entre a Câmara e a prefeitura. Na época, GG acusou os vereadores de receberem “propina” dos fazendeiros.
Agora, como supersecretário de governo, GG tentou impor sua indicação para o cargo de presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a fim de pressionar pela aprovação de seu projeto para taxar as terras agrícolas. Fontes próximas aos fazendeiros informaram ao jornal Extra que, por trás da justificativa de aumentar a arrecadação do município com o IPTU, o real objetivo de GG seria dificultar a vida dos proprietários rurais para poder adquirir suas terras a preços mais baixos.
*Com informações do Jornal Extra