Política
Renan vira a página: STF arquiva última investigação contra o senador
O inquérito arquivado investigava supostos pagamentos de vantagens indevidas ao senador entre 2012 e 2014
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O Supremo Tribunal Federal (STF) arquivou o último inquérito pendente contra o senador Renan Calheiros (MDB-AL), encerrando uma série de mais de 40 processos ou inquéritos sem provas que o parlamentar enfrentou na Corte. A página virou.
Foram anos e anos com a “espinha” na garganta. Mesmo acreditando que não tinham provas contra ele, Renan Calheiros foi alvo de ataques de adversários e de setores da imprensa. A aliados e interlocutores, costumava dizer que estava sendo alvo de “uma grande sacanagem” e que ao fim todo os processos iriam cair por falta de provas.
A decisão, proferida pelo ministro Luiz Fux nesta quarta-feira (26/02), atendeu à recomendação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que concluiu pela insuficiência de provas para sustentar ação penal contra Calheiros.
O inquérito arquivado investigava supostos pagamentos de vantagens indevidas ao senador entre 2012 e 2014, visando favorecer interesses do empresário portuário Richard Klien e seu grupo econômico. Em sua manifestação, o PGR destacou que o avanço das investigações afastou gradualmente as suspeitas iniciais sobre Calheiros. O ministro Fux, ao acatar o pedido, ressaltou que o arquivamento sem solicitação do Ministério Público só é admissível em situações excepcionalíssimas.
O advogado de Renan, Luís Henrique Machado, comemorou a decisão: "A investigação foi, de fato, aprofundada e durou cerca de cinco anos. A defesa sempre colaborou, confiando desde o início no desfecho pelo arquivamento, pois não havia qualquer prova direta ou indireta que ligasse o senador às acusações".
Renan Calheiros enfrentou uma longa batalha judicial, sendo alvo de 26 inquéritos no âmbito da Operação Lava Jato, todos arquivados por falta de provas. Ao todo, foram mais de 40 procedimentos criminais encerrados no STF.
Em dezembro de 2024, o ministro Flávio Dino determinou o arquivamento de investigação que apurava a suposta participação do senador em desvios no fundo de previdência Postalis, destacando a ausência de indícios de autoria ou materialidade delitiva após mais de sete anos de inquérito.
Apesar das inúmeras denúncias, muitas delas relacionadas à Operação Lava Jato, Renan Calheiros manteve sua trajetória política. Reelegeu-se senador em 2018 e, segundo fontes próximas, prepara-se para disputar um novo mandato em 2026, com perspectivas favoráveis. Em conversas com aliados, o senador teria desabafado sobre as acusações: "Fui alvo de uma grande injustiça", mas expressou alívio com o encerramento do último processo, reafirmando sua confiança na Justiça e a certeza de que sua inocência prevaleceria ao final das investigações.
Este desfecho abre um novo capítulo na carreira de Renan Calheiros, que, após enfrentar diversas acusações e ter sua imagem pública exposta, vê agora sua trajetória política livre de pendências judiciais no STF.
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