O deputado federal Isnaldo Bulhões, líder do MDB na Câmara dos Deputados, era cotado para assumir a Secretaria de Relações Institucionais, Ministério responsável pela articulação política com os outros poderes.

No dia 28 de fevereiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu a deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffmann, para o cargo. Logo após o convite, ligou para o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Mota (Republicanos). Foi a própria Gleisi quem ligou para Bulhões.

Cotado sim, candidato não.

“É uma decisão do presidente. Eu nunca tive ambição, nem fui candidato (a ministro). Eu sai muito feliz desse processo porque meu nome ter sido lembrado e citado para mim é um reconhecimento as relações que eu tento preservar e construir”, aponta Bulhões.

Escolhido Líder do MDB pela quinta vez, próximo dos presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Mota e do Senado, Davi Alcolumbre (União), com influência no Colégio de Líder, Bulhões nega que tenha sido convidado ou que tenha recusado convite para ser líder do governo.

A relação com a ministra, que assume o cargo oficialmente nesta segunda-feira (10/03), segundo Isnaldo é muito boa. “Vou ajudar a Gleisi no que puder e tenho certeza que ela terá êxito na relação tanto com a Câmara dos Deputados quanto com o Senado”, afirma.

Para Bulhões, embora Gleisi tenha passado os últimos anos dedicada a presidência do PT, terá bom desempenho na SRI: “Ela surpreenderá positivamente quem não a conhece. Ela passou muito tempo na presidência do partido, mas dedicada a questões internas do que ao parlamento, mas ela é preparada e tem tudo para ter uma grande atuação como ministra”, avalia.

Neste domingo, Bulhões vai encontrar Gleisi em Brasília para conversar sobre as relações entre Executivo e Legislativo. “Vou me colocar a disposição dela, para que a gente possa trabalhar pautas importantes para o país. O que vou dizer a ela é que temos que focar nas pautas prioritárias. Vamos começar a trabalhar em questões importantes. É preciso ligar o modo eleição, organizar bem a correção do imposto de renda, consignado na iniciativa privada, que deve dar uma injeção na economia e algumas matérias”, aponta.

Bulhões reforça que é importante dizer que o país não tá mal: “como é que um país que cresce 3,5% está mal, como dizer que um país que está no pleno emprego não está bem? Agora por óbvio a carestia existe, isto tem duas razões, uma é o poder de consumo da população que aumentou e gera inflação e a outra é a política internacional. Esta política dos Estados Unidos, com protecionismo, cria problemas e a gente as vezes fica sem enxergar o cenário internacional às vezes”.