Política
Partidos 'rivais' em AL podem unir-se em nova federação: "Questão de sobrevivência"
Solidariedade, PSDB e Podemos avançam em negociação para formar federação partidária

As negociações para a formação de uma federação partidária entre Solidariedade, PSDB e Podemos avançaram nas últimas semanas em Brasília e devem ser oficializadas em breve. A união, que vincula os partidos por no mínimo quatro anos, é vista como uma alternativa para garantir a sobrevivência das siglas diante das novas regras eleitorais, como a cláusula de barreira e o acesso ao fundo partidário.
Membro do Diretório Nacional do Solidariedade e presidente estadual da sigla em Alagoas, Adeilson Bezerra confirmou que o diálogo está em fase adiantada e afirmou que outros partidos também podem integrar o grupo, como PV, Cidadania e PRB. "Estamos diante de uma questão de sobrevivência. A federação é uma solução para mantermos os partidos ativos e competitivos", disse.
Apesar do avanço nas tratativas em nível nacional, a federação deve enfrentar obstáculos em estados onde os partidos têm alianças distintas. Em Alagoas, o Solidariedade historicamente integra a base do MDB, partido do senador Renan Calheiros e do governador Paulo Dantas. Já o Podemos, presidido pelo vice-prefeito de Maceió, Rodrigo Cunha, atua na oposição ao grupo emedebista, ao lado do PSDB, ligado ao prefeito JHC (PL).
Adeilson minimizou as divergências locais e ressaltou que o momento é de construção nacional. "Isso não é um problema imediato. Primeiro, é preciso montar uma chapa forte para 2026. As questões regionais serão ajustadas depois", afirmou.
Nos bastidores, a expectativa é que o próprio Adeilson Bezerra assuma a presidência da federação em Alagoas, mas ainda não há definição sobre os critérios de escolha para a composição dos cargos nos estados. A disputa interna por espaço e comando, especialmente em praças onde os partidos estão em lados opostos, é apontada como um dos principais desafios para a consolidação da federação.
Se por um lado a união pode garantir a presença das legendas no Congresso e acesso ao fundo partidário, por outro, pode provocar disputas internas e reacomodações políticas nos estados. A formalização da federação está prevista para ocorrer nas próximas semanas e terá impacto direto nas articulações para as eleições de 2026.
*Com informações de Volney Malta, no Cada Minuto
