Política
Prefeito de Anadia é denunciado por nepotismo; metade do 1º escalão é ocupado por parentes de Victor Rocha
Um esquema para consolidar o poder da família Rocha na gestão municipal, com a nomeação de parentes para cargos estratégicos.

O ex-vice prefeito de Anadia, Amos de Almeida, formalizou uma representação no Ministério Público de Alagoas contra o atual prefeito do município, Victor Rocha, acusando-o de violar a Súmula Vinculante nº 13 do Supremo Tribunal Federal, que proíbe o nepotismo na administração pública. A denúncia aponta para a nomeação de diversos parentes do prefeito para cargos de alto escalão na prefeitura, sem qualificação técnica adequada para as funções.
Segundo a representação, a nomeação de Victor Rocha para o cargo de prefeito foi promovida com o apoio de seu sogro, o ex-prefeito José Celino Ribeiro de Lima, conhecido como Celino Rocha. A família Rocha teria, então, criado um esquema para consolidar o poder dentro do grupo familiar, com a nomeação de diversos parentes para cargos estratégicos na gestão municipal.
Entre as nomeações questionadas por Amos de Almeida estão as de José Celino Ribeiro de Lima, ex-prefeito e pai da namorada do atual prefeito, que assumiu o cargo de secretário municipal de Governo. Henrique Juvêncio da Rocha Lima, cunhado de Victor Rocha, foi nomeado secretário de Viação, Serviços Urbanos e Obras Públicas. Karinne Beatriz da Rocha Lima, namorada de Victor e filha do ex-prefeito Celino Rocha, ocupa o cargo de secretária de Administração e Planejamento.
Além desses, Ariane Priscilla Pereira Rocha, irmã do prefeito, foi nomeada Chefe de Gabinete; Josivane Maria dos Santos, esposa de Celino Rocha e mãe da namorada de Victor, foi escolhida para a Secretaria de Assistência Social; e Ana Patrícia Costa Pereira, mãe do atual prefeito, ocupa a Secretaria Municipal de Economia e Finanças.
O ex-vice prefeito afirma que as nomeações configuram nepotismo e que as pessoas nomeadas não possuem a qualificação técnica necessária para os cargos. Em sua representação, Amos de Almeida solicita que o Ministério Público inicie uma investigação para apurar as nomeações e a qualificação dos nomeados, pedindo ainda a apresentação de documentos que comprovem a formação acadêmica e experiência profissional dos mesmos.
Além disso, o ex-vice prefeito requer que, caso seja comprovada a irregularidade, o Ministério Público tome as medidas legais cabíveis, incluindo o ajuizamento de uma ação civil pública por improbidade administrativa, com a solicitação de afastamento dos envolvidos, objetivando com isso garantir a proteção dos princípios constitucionais que regem a administração pública, como a moralidade e a impessoalidade.
O Ministério Público de Alagoas ainda não se manifestou sobre o caso.
