Política
Crime ambiental? Vereador joga holofote no imbróglio na Lagoa da Anta

A construção de “mega torres” na área onde hoje funciona o Hotel Jatiúca, o resort que responsável pelo ‘boom’ turístico de Maceió, se transformou num verdadeiro imbróglio político, jurídico e ecológico.
O projeto que prevê a construção de 5 torres pela construtora Record está envolto em mistérios e pode provocar além de impactos ambientais e socioeconômicos, além de afetar a mobilidade urbana.
O vereador Allan Pierre, líder do MDB na Câmara de Vereadores de Maceió tem participado ativamente do debate em torno dos impactos que podem ser gerados pela construção de ‘mega torres’ no local e conseguiu documentos que provam que parte da área pertence ao município de Maceió.
Par ao parlamentar, a prefeitura de Maceió deve reivindicar a área de cerca de 5 mil m2 de volta ao município, além de avaliar a possibilidade de desapropriar toda a área. “Uma vez que aquele espaç não vai mais servir para seus objetivos iniciais, que é a promoção do turismo, o município deve participar do processo e discutir o que é melhor, se é destinar o espaço para construção de um empreendimento imobiliário que vai servir a interesse de algumas pessoas ou se pode transformar aquele local num espaço público, num parque, que servirá a toda a sociedade”, aponta.
Agora, Allan Pierre conseguiu jogar os holofotes neste imbróglio. Literalmente,. Nesta sexta-feira (21/03), a Câmara Municipal de Vereadores vai realizar, por iniciativa dele uma Audiência Pública para discutir os impactos da construção de cinco megatorres na região da Lagoa da Anta. Será uma oportunidade para os envolvidos apresentar o projeto para a área e a sociedade também ser ouvida.

Lagoa da Anta pode sofrer impacto com construção de mega torres. Reprodução
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Veja nota da assessoria
Audiência Pública para discutir os impactos na lagoa da anta na Câmara de Maceió será realizada no dia 21 de março
O vereador Allan Pierre, líder do MDB e membro da comissão de assuntos urbanos informou que a Audiência Pública para discutir os impactos ambientais, socioeconômico e de mobilidade urbana para tratar da possibilidade da construção de cinco megatorres na região da Lagoa da Anta, na Jatiúca, será realizada no dia 21 de março, sexta-feira, às 10h, na Câmara de Maceió, situada na Rua Sá e Albuquerque, nº 564, em Jaraguá.
Inicialmente, a audiência estava agendada para o dia 17, mas a mudança na data foi necessária para o dia 21, visando atender uma demanda dos órgãos que estão sendo convidados, garantindo, dessa forma, uma maior presença de secretarias municipais, órgãos de controle, autarquias e diversas instituições com o objetivo de enriquecer o debate e apresentar informações necessárias acerca do projeto.
O debate público servirá para que as entidades possam aprofundar as discussões sobre os possíveis danos ao ecossistema local e os impactos na mobilidade urbana no entorno da lagoa da anta. O assunto tem tido ampla repercussão na imprensa e na sociedade em geral depois do interesse da Construtora Record em adquirir a operação do Hotel Jatiúca.
Estão sendo convidados representantes dos seguintes órgãos e instituições: Prefeitura de Maceió, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, IPLAN, Secretaria Municipal de Infraestrutura, IMA/AL, IBAMA/AL, OAB/AL, ADEMI/AL, CREA/AL, Sinduscon, Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), IPHAN, DMTT, Construtora Record, Hotel Jatiúca, MPE/AL e MPF, Secretaria de Patrimônio da União (SPU), Marinha do Brasil, além de representantes da sociedade civil em geral.
Sem um novo plano diretor, defasado há 20 anos, a discussão sobre essa possível construção levanta o debate acerca do meio ambiente e da preservação da lagoa da anta. Os riscos podem ser inúmeros, como impermeabilização do solo, aumento do trânsito e possíveis danos ao lençol freático.
É justamente dentro desse contexto que o vereador Allan Pierre pretende direcionar as discussões. Para ele, é essencial que todos os órgãos e instituições convidadas estejam presentes para conheçam mais detalhes sobre esse projeto proporcionando a ampla defesa, a defesa de tese e quais serão os reflexos dessa possível obra.
“O que eu pretendo construir com esse debate é que esse projeto não comprometa a biodiversidade, o equilíbrio biológico e o direito da população de usufruir do espaço público. O desenvolvimento econômico precisa acontecer, mas do outro lado existe o interesse público do cidadão maceioense, preservando o meio ambiente e esse patrimônio tão importante que é a lagoa da anta”, destacou o vereador Allan Pierre.
