Política

Crise política em Rio Largo: MP aciona Gaeco na investigação de tentativa de golpe

O prefeito Carlos Gonçalves (PP) entrou com uma ação judicial para impedir seu afastamento, depois que a Câmara Municipal alegou que ele teria renunciado ao cargo

Por Redação* 01/04/2025 10h10
Crise política em Rio Largo: MP aciona Gaeco na investigação de tentativa de golpe
Prefeito Carlos Gonçalves - Foto: Reprodução

Após a grande movimentação política, o Ministério Público de Alagoas (MPAL), informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que está acompanhando de perto as investigações relacionadas à crise em Rio Largo, que se originaram a partir de um inquérito policial conduzido pelo delegado José Carlos André dos Santos. A instituição destacou que o procurador-geral de Justiça, Lean Araújo, a promotora de Justiça Louise Teixeira, da 2ª Promotoria de Rio Largo, e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) mantêm diálogo constante com a Polícia Civil para garantir a apuração dos fatos e a responsabilização dos possíveis envolvidos.

Esse movimento ocorre no contexto da disputa pela liderança da Prefeitura de Rio Largo. O prefeito Carlos Gonçalves (PP) entrou com uma ação judicial para impedir seu afastamento, depois que a Câmara Municipal alegou que ele teria renunciado ao cargo na segunda-feira (31). O prefeito nega a renúncia e afirma que o documento apresentado pela Câmara é falso.

A ação de mandado de segurança foi protocolada na 1ª Vara Cível de Rio Largo, sob o número 0700911-10.2025.8.02.0051, com tramitação prioritária. O objetivo é anular a posse do presidente da Câmara, vereador Rogério Silva (PP), que assumiu o comando do Executivo municipal. Além de Carlos Gonçalves, o vice-prefeito Peterson Henrique também é um dos impetrantes. Já os impetrados são Rogério Silva e os vereadores Rafael Rudson Feitosa Pinto, Carlos Henrique Rolin Vasconcelos, Douglas Henrique de França e Márcio Soares Cavalcante.

Em um vídeo divulgado nas redes sociais após a sessão extraordinária da Câmara, o prefeito Carlos Gonçalves afirmou que não renunciou ao cargo e classificou a ação do Legislativo como um "golpe criminoso"
. Eleito com 32.496 votos em 2024, Gonçalves afirmou que continua à frente da administração municipal e que tomou as medidas legais necessárias para reverter a situação. "Não existe carta de renúncia com minha assinatura. É uma carta falsa, fruto de uma tentativa criminosa de golpe. Assumi um compromisso com a população de Rio Largo e vou cumpri-lo. Rio Largo não tem dono. É uma cidade do povo e de Deus. Sigo sendo prefeito, eleito democraticamente", disse.

A denúncia foi encaminhada à Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) e a outras instâncias do Judiciário. Segundo Carlos Gonçalves, a manobra teria sido articulada por seu ex-aliado, o ex-prefeito Gilberto Gonçalves (GG), e pelo atual presidente da Câmara, Rogério Silva, que seria o principal beneficiado com a suposta renúncia. O prefeito ainda reafirmou em nota oficial que a carta de renúncia é fraudulenta, inconstitucional e inválida, e que nunca irá renunciar ao seu mandato. Ele também destacou que tomou as providências cíveis e criminais necessárias para confirmar sua legitimidade e o poder que lhe foi conferido pelo povo.

*Com informações do Novo Extra