Política
Abandono de obras, crise no transporte e no Gigantinhos: o 2º mandato de JHC até agora
Com presença constante em Brasília e agendas políticas fora do estado, JHC tem deixado a capital alagoana à própria sorte

O segundo mandato do prefeito João Henrique Caldas (PL), o JHC, tem sido marcado por uma série de crises administrativas e pelo crescente distanciamento entre o gestor e os problemas enfrentados pela população de Maceió. Com presença constante em Brasília e agendas políticas fora do estado, JHC tem deixado a capital alagoana à própria sorte, segundo moradores e lideranças comunitárias.
Enquanto o prefeito intensifica sua articulação nacional e aguarda cartas do bastidores da política alagoana com foco na eleição majoritária em 2026, obras iniciadas pela Prefeitura de Maceió estão paradas em diversos bairros da cidade. É o caso das praças no conjunto José Tenório e na Chã de Bebedouro, que foram iniciadas ainda nas prévias das eleições, mas permanecem sem conclusão.
No conjunto Acauã, na Cidade Universitária, a gestão chegou a fazer uma entrega parcial da nova "Areninha", mas moradores denunciam que o restante do espaço foi abandonado. Imagens divulgadas pela própria prefeitura nas redes sociais mostram que apenas parte da praça foi entregue, deixando estruturas inacabadas e áreas públicas sem manutenção. Após a publicação e vários comentários sobre a entrega "fake", a Prefeitura apagou os posts das redes sociais.

A crise na infraestrutura se soma ao colapso no transporte escolar e à instabilidade em creches e unidades de ensino infantil, como os chamados "Gigantinhos", onde denúncias levaram o Ministério Público de Alagoas a realizar inspeções e encontrar irregularidades nas unidades do Antares e Graciliano Ramos, no fim da última semana. A situação sobre a quantidade de monitores para alunos especiais também levou vereadores da base de JHC a cobrar publicamente a regularização da norma que determinava o número de profissionais. O descontetamento de professores com relação ao número e condições para dar aulas na rede municipal também é fato notório.

A situação levou o Ministério Público de Alagoas e a Defensoria Pública do Estado a acionarem a Justiça para pedir a suspensão de shows e eventos custeados pela prefeitura, além da interrupção dos gastos com publicidade, até que o serviço de transporte escolar seja regularizado. O MP e a Defensoria alegam que há grave omissão do município na garantia do acesso à educação, direito assegurado por lei.
Apesar disso, a Prefeitura usou as redes sociais nesta segunda-feira (7) para anunciar que vai anunciar, na quinta-feira (11), as atrações do São João de Maceió.
“Não é aceitável que se priorizem gastos com propaganda e festas enquanto alunos permanecem sem acesso seguro à escola”, afirmaram os promotores de Justiça Alberto Tenório e Alexandra Beurlen, e os defensores públicos Isaac Souto e Lucas Monteiro, em texto enviado à imprensa pela assessoria do MPAL.
