Política
Ex-prefeito muda mais uma vez de projeto e pode disputar o Senado
Renato Filho antecipou que quer disputar o Senado como um “outsider”, uma espécie de “estranho no ninho” ou de alguém que “corre por fora”

A disputa para as duas vagas de Senado em Alagoas prometia ser muito pouco concorrida. Prometia. Num primeiro desenho, dois fortes concorrentes despontavam praticamente como candidatos únicos: Renan Calheiros (MDB) que vai para a reeleição e o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP).
O deputado federal Paulão (PT) já avisou que também pretende disputar o Senado em 2026. Com a concorrência tão pequena, do nada, novos nomes começam mostrar interesse na disputa.
Davi Davino Filho saiu do PP e se filiou ao Republicanos sinalizando que será candidato a senador no próximo ano. O nome de Alfredo Gaspar (União) voltou a ganhar força na bolsa de apostas e, para surpresa de muitos, quem está colocando o nome para tentar uma das duas vagas no próximo ano é o ex-prefeito de Pilar, Renato Filho (MDB).
Em fevereiro, Renato participou de reunião com Arthur Lira ao lado da mãe, a deputada estadual Fátima Canuto (MDB) e da tia Fátima Rezende (MDB), prefeita de Pilar. Foi um ato de apoio ao ex-presidente da Câmara dos Deputados. De lá o ex-prefeito saiu sinalizando que seria candidato a deputado federal pelo PP.
No final de março, Renato avisou ao senador Renan Calheiros (MDB) e ao líder do MDB na Câmara dos Deputados, Isnaldo Bulhões que se fosse candidato a deputado federal seria pelo MDB.
Nem uma coisa, nem outra. Em informação confirmada ao jornalista Wadson Régis, Renato Filho antecipou que quer disputar o Senado como um “outsider”, uma espécie de “estranho no ninho” ou de alguém que “corre por fora”. O projeto é manter o apoio de deputado federal para Arthur Lira ou o nome que ele indicar e , quem sabe, fazer dobradinha com o ex-presidente da Câmara dos Deputados.
Para isso, Renato deverá mudar de partido. Não se sabe se irá para uma nova legenda em Alagoas – Wadson deixou a pista de “Novo” partido – ou se ele poderá migrar para algum partido do grupo de Arthur Lira ou de JHC. Afinal, mesmo sendo próximo do ministro Renan Filho (MDB), Renato Filho tem se aproximado mais do grupo de oposição do que do governo – o que seria um reflexo de uma relação que não é das melhores com o governador Paulo Dantas. Mas essa é outra história.
Em tempo: as mudanças de posicionamento de Renato Filho - e não falo apenas das citadas neste texto - podem dificultar e muito o diálogo dele não só com o grupo do governo, mas também de outras forças políticas alagoanas.
