Política
Clima de tensão política paralisa votação na Câmara de Maceió
Moção de Aplausos ao projeto de anistia causa embate entre vereadores e leva ao esvaziamento do plenário; críticas à Prefeitura por mudanças na orla também marcaram a sessão

A sessão desta terça-feira (9) na Câmara Municipal de Maceió foi marcada por embates acalorados e pelo esvaziamento do plenário.
Dos 27 parlamentares, 25 estiveram presentes, mas a votação de uma Moção de Aplausos ao projeto de anistia que foi proposta pelo vereador Leonardo Dias (PL), foi suspensa por falta de quórum após uma articulação de parlamentares contrários à medida.
A moção manifestava apoio a um projeto que tramita na Câmara dos Deputados e gerou forte reação da oposição.
Leonardo Dias justificou sua iniciativa alegando inconsistência nas punições aplicadas a diferentes crimes. Ele defendeu a anistia afirmando que muitos manifestantes atuaram de forma pacífica.
A declaração foi imediatamente rebatida pelos vereadores Allam Pierre (MDB), Teca Nelma (PT) e Olívia Tenório (PP).
Pierre destacou que a proposta não é de competência do Legislativo municipal. “Esse não é um tema que diz respeito à nossa Casa”, afirmou. Já Olívia defendeu a rigidez legal: “Se a pena foi dura, que se recorra. Anistia não se justifica para quem violou a lei”. Teca Nelma foi além, classificando a moção como um ataque à democracia. “É um enfraquecimento dos Poderes Constituídos”, escreveu também em suas redes sociais.
Diante do clima tenso, o presidente da Casa, vereador Chico Filho (PL), pautou a proposta, mas a sessão foi gradualmente esvaziada durante a verificação de quórum. Com apenas 12 parlamentares em plenário, a votação foi suspensa. Leonardo Dias lamentou a manobra e disse esperar que a moção seja analisada na próxima sessão.
Críticas à gestão da orla também movimentam plenário
Outro momento marcante da sessão foi o discurso do vereador e ex-prefeito Rui Palmeira (PSD), que criticou a atual gestão municipal pela manutenção das restrições de estacionamento na orla de Maceió.
Citando uma audiência de conciliação na 14ª Vara Cível, Palmeira destacou o apoio do juiz e do Ministério Público à flexibilização das medidas.
“O comércio está sufocado. A prefeitura ignora uma proposta razoável, enquanto o setor turístico a considera ilegal e prejudicial à economia”, afirmou.
O vereador ainda comparou a situação atual com ações de sua gestão, como a implantação da "faixa azul", destacando que, embora polêmica, gerou benefícios mensuráveis ao transporte coletivo.
Sobre a decisão da prefeitura na orla, Rui foi enfático: “É uma medida sem diálogo, sem resultado positivo e que afeta diretamente moradores, comerciantes e turistas”.
