Política
"Prefeitura é sócia do Hotel Jatiúca": dispara vereador, em meio à polêmica sobre espigões à beira-mar
Allan Pierre questionou falta de estudosde impacto de vizinha e planejamento de mobilidade urbana no projeto que pretende construir torres na área do Hotel Jatiúca

Durante participação no podcast CM Cast, o vereador Allan Pierre (MDB) revelou que a Prefeitura de Maceió possui cerca de 1% das cotas do Hotel Jatiúca, em razão da cessão de um terreno público de aproximadamente 5 mil m² realizada na década de 1970. A informação foi confirmada por representantes jurídicos da construtora Record Engenharia, interessada na aquisição do empreendimento.
A construtora Record adquiriu o Hotel Jatiúca, um dos mais tradicionais da capital alagoana, com planos de desenvolver um novo empreendimento no local. A transação gerou preocupações entre autoridades e especialistas sobre os possíveis impactos urbanísticos, ambientais e culturais dessa mudança.
“Quando comecei a discutir a situação da Lagoa da Anta, perguntei diretamente ao representante do projeto: cadê o estudo de impacto de vizinhança? Onde está o planejamento de mobilidade urbana, o saneamento básico?”, relata o vereador.
O Ministério Público de Alagoas (MP/AL) instaurou uma Notícia de Fato para investigar a venda do hotel e solicitou esclarecimentos à construtora Record e à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) sobre o projeto a ser implementado na área. O promotor de Justiça Jorge Dória destacou a importância de garantir que a utilização da propriedade esteja em conformidade com os aspectos sociais, urbanísticos e culturais exigidos por lei.
A construtora Record afirmou que pretende manter e ampliar a área verde que engloba o empreendimento, incluindo a Lagoa da Anta, e que os projetos para a área serão anunciados em breve. A empresa garantiu que o novo espaço será "mais democrático e moderno", preservando a marca Jatiúca e sua vocação turística.
As negociações sobre a venda do Hotel Jatiúca, na Lagoa da Anta, em Maceió, e a construção de um novo empreendimento multimilionário no local foram retomadas, mas seguem sob sigilo. O projeto prevê a construção de cinco torres com 15 andares, segundo reportagem da Gazeta de Alagoas, o que reacendeu a preocupação com a preservação ambiental da área.
O hotel que se tornou um ícone do turismo de Maceió foi construído há mais de 40 anos em uma área cedida pela prefeitura. A estrutura se destaca pela integração com a natureza da capital. Na época, foi estabelecido que o ecossistema que cerca a Lagoa da Anta não fosse descaracterizado.
