Política

Renan alerta para pressão inflacionária em meio a indicadores positivos

Renan, que preside a CAE, reconheceu o papel da política monetária na contenção da inflação, mas apontou desafios estruturais

Por Redação* 23/04/2025 17h05
Renan alerta para pressão inflacionária em meio a indicadores positivos
Renan Calheiros (MDB) - Foto: Reprodução

Durante audiência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) nesta terça-feira (22), o senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou que, apesar dos avanços recentes em indicadores macroeconômicos, como a alta do Produto Interno Bruto (PIB), o aumento da renda média e a redução do desemprego, “paira o fantasma inflacionário” sobre o país. A declaração foi feita durante a primeira prestação de contas de Gabriel Galípolo como presidente do Banco Central ao colegiado.

O debate abordou os efeitos da atual política monetária sobre a economia. A taxa Selic, fixada em 14,25% ao ano, foi tema de questionamentos por parte dos parlamentares, diante da persistência da inflação, do aumento da dívida pública e de um ambiente internacional instável, agravado pela escalada da guerra tarifária entre Estados Unidos e China.

Renan, que preside a CAE, reconheceu o papel da política monetária na contenção da inflação, mas apontou desafios estruturais: “A supersafra pode mitigar parte da pressão sobre os preços, mas não haverá recuo imediato no custo dos alimentos. Vivemos um paradoxo: indicadores positivos convivem com a ameaça inflacionária”, disse.

Em sua fala, Galípolo afirmou que o país registra “crescimento excepcional”, mas destacou que o cenário externo segue imprevisível e inflacionário, o que exige uma atuação preventiva por parte da autoridade monetária. “Quando a economia está aquecida, o Banco Central precisa atuar como o 'chato da festa', aplicando freios para garantir estabilidade”, explicou.

O presidente do BC defendeu a continuidade da política de juros com responsabilidade e sinalizou que o atual ciclo está em processo de reavaliação. “Estamos verificando se o patamar atual é suficientemente restritivo para conter a inflação”, afirmou.

Durante a audiência, a senadora Zenaide Maia (PSD-RN) defendeu seu projeto que estabelece limite para os juros do crédito rotativo. Já o senador Rogério Marinho (PL-RN) criticou a condução fiscal do governo federal, atribuindo a ela a elevação dos juros e do endividamento público. O senador Cid Gomes (PSB-CE) apontou que o modelo atual de política monetária favorece o sistema financeiro em detrimento da população de baixa renda.

Ao encerrar sua participação, Galípolo reiterou o compromisso do Banco Central com o controle da inflação, a estabilidade da moeda e a busca por mecanismos que ampliem o acesso ao crédito com menor custo à população.

*Com GazetaWeb