Política

Relatório aponta que Collor toma oito remédios, mas pode ser tratado no presídio

Defesa pede prisão domiciliar por questões médicas; STF aguarda exames para decidir

Por Redação* 29/04/2025 17h05
Relatório aponta que Collor toma oito remédios, mas pode ser tratado no presídio
Ex-presidente Fernando Collor durante audiência - Foto: Reprodução

O relatório médico da entrada do ex-presidente Fernando Collor no sistema prisional de Alagoas indica que ele pode receber tratamento adequado dentro do presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira, em Maceió. O documento foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na noite de segunda-feira (28).

Segundo a médica Kênia Andrade, que o atendeu na unidade, não foram constatadas alterações nos sinais vitais de Collor. A avaliação registrou pressão arterial, saturação de oxigênio e frequência cardíaca normais no momento da prisão, realizada na sexta-feira (25).

Collor declarou fazer uso diário de oito medicamentos, sendo quatro antidepressivos e um voltado ao tratamento do Parkinson. Também utiliza remédios para úlcera gástrica e controle de colesterol, além de um aparelho CPAP para tratar apneia do sono.

Apesar disso, a médica aponta que o sistema prisional possui condições de oferecer acompanhamento necessário, desde que se leve em conta a idade do ex-presidente (75 anos) e a possibilidade de agravamento de seu quadro psiquiátrico, conforme relato do próprio paciente.

A defesa de Collor pede que a pena de oito anos e dez meses seja cumprida em prisão domiciliar. Os advogados afirmam que ele apresenta diagnóstico de Parkinson, apneia do sono grave e Transtorno Afetivo Bipolar, o que exigiria cuidados médicos contínuos.

Na audiência de custódia, Collor afirmou que não possui doenças crônicas nem faz uso contínuo de medicamentos. Ainda assim, a defesa anexou laudos médicos ao processo para fundamentar o pedido de regime domiciliar.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, solicitou a apresentação de exames atualizados que confirmem o diagnóstico de Parkinson. Ele também pediu esclarecimentos sobre a ausência de exames realizados entre 2019 e 2022.

A decisão sobre a prisão domiciliar será tomada após a análise dos documentos médicos complementares. A defesa tem 48 horas para entregar os exames solicitados, incluindo laudos de imagem e justificativas sobre possíveis lacunas no histórico clínico.

Com agências.