Política

Quem ganha com a saída de Lessa? Veja o que dizem analistas

Lessa ainda não confirmou se será vice de JHC na chapa do PSB

Por Blog do Edvaldo Júnior 09/09/2020 10h10
Quem ganha com a saída de Lessa? Veja o que dizem analistas
Ronaldo Lessa. Foto: divulgação.

Nesta quarta-feira, o jornalista Edivaldo Júnior publicou em seu blog sobre o atual momento que Ronaldo Lessa enfrenta. O jornalista realizou um levantamento da opinião de especialista sobre a possível saída de Lessa. De acordo com a publicação, o imbróglio segue abrindo feridas no PDT Maceió. Ronaldo Lessa não é mais candidato a prefeito e ainda não bateu o martelo se vai compor como vice na chapa do pré-candidato do PSB, o deputado federal JHC.

Enquanto o suspense prossegue, ao menos por mais algumas horas, o jornalista conversou com dois conhecidos analistas políticos alagoanos.

Visões diferentes que apontam para uma ‘leitura’ inevitável: a saída de Lessa muda o cenário político da disputa pela prefeitura de Maceió. Quem ganha com a desistência do pedetista?

O maior beneficiado, num primeiro momento, por óbvio, seria JHC. Mas nada que aponte para uma vitória no primeiro turno, como pretendem alguns dos seus interlocutores mais próximos.

O cientista político Aelisson Batista e analista eleitoral Marcelo Bastos passaram suas primeiras impressões sobre o novo cenário que começa a ser traçado com a ausência de Lessa.

Veja o que eles dizem:

Avaliação Aelisson Batista:

“Se confirmada a retirada da candidatura do ex-governar, numa primeira leitura, ainda sem nenhum dado numérico, eu acho que o Alfredo Gaspar dá um grande passo para estar no segundo turno, já que não acredito que esta eleição tenha espaço para alguém ainda pouco conhecido como o Davi Filho, apesar de entender que Alfredo Gaspar perdeu três grandes preditores nesse processo.

Agora é claro que numericamente o grande beneficiado disso é o JHC é claro. Parte do eleitorado com o mesmo perfil que estava dividido entre estes dois nomes e na junção deles há uma tendência de uma considerável migração de um para com o outro, mas as sambemos que não é bem assim que as coisas acontecem.

“Essa não é uma eleição de estrutura. Essa é uma eleição que o eleitor vai buscar segurança. Esse eleitor que está assustado, que está angustiado, que está submetido, além da pandemia sanitária a uma fratura social. Foram mais de 9 milhões de desempregados nesse período de pandemia, foram mais de 130 mil mortes. Essa é uma eleição em que ainda atores e circunstâncias devem se alterar, mas é uma eleição curta sem espaço para nomes desconhecidos”.

Avaliação de Marcelo Bastos

“Ronaldo Lessa não conseguiu agregar os partidos de esquerda, estava isolado e pensou duas vezes e decidiu não ser candidato. A decisão também foi tomada pela falta da grana, embora ele tenha como marca registrada a campanha do tostão contra o milhão. Ele me disse que a decisão de ser o vice ainda não é oficial. Se for vai somar muito na campanha do JHHC. Vai trazer o voto do eleitor mais velho, do servidor público. Ele foi muito legal com servidores…

A eleição está aberta. Mas é preciso fazer pesquisa para ver como o eleitorado vai se comportar com saída do Ronaldo Lessa. A grande maioria do eleitorado dele deve sinalizar o voto para o JHC.

O Davi Davino Filho cresceu porque está trazendo DEM e Cidadania. A campanha está com estrutura. Não se pode menosprezar a máquina a favor do Alfredo Gaspar de Mendonça. Precisa agora de uma nova pesquisa, para avaliar o fato novo, que é a saída de Ronaldo Lessa.

O JHC tem agora um ‘vice de luxo’, que foi duas vezes governador e prefeito, um vice que estava bem na pesquisa, em terceiro e brigando pela segunda vaga. Não é menor que JHC. Acredito que ele é o grande beneficiado e não deve abrir mão de ter um vice como Ronaldo Lessa.”

E o Cícero?

Outro nome que bem aparecendo bem nas pesquisas e que pode mudar o quadro, sendo ou não candidato, é o do ex-prefeito Cícero Almeida.

“É preciso analisar o cenário com o novo comportamento com eleitor”, recomenda Bastos: “Não esqueça que o Cícero Almeida não está morto (politicamente). Não ganha eleição, mas se não for candidato para onde vai esse voto? O cenário é incerto, a eleição está em aberto”, pondera.

Quanto a Cícero, as notícias são divergentes, como sempre. Alguns que conversam com ele, dizem que ele está animado, já outros contam que ele desistirá.

Até o momento, o ex-prefeito tem mantido sua pré-candidatura e pode, nesse novo cenário, somar muito para garantir o segundo turno em Maceió. Passar ou não para a próxima etapa, depende muito se sua disposição pessoal e da ‘memória’ do eleitor.