Política

Lira cobra reação de Bolsonaro no combate à Covid-19

Durante discurso, o parlamentar citou que poderá usar remédios amargos para conter erros no enfrentamento da pandemia

Por Redação com Blog do Edivaldo Júnior 25/03/2021 09h09
Lira cobra reação de Bolsonaro no combate à Covid-19
Foto: Reprodução

Nessa quinta-feira (24), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), deu um recado para o governo federal. Em discurso, cuidadosamente redigido e lido, o parlamentar citou que poderá usar “remédios amargos” para tentar conter a “espiral de erros” no combate à pandemia, e reforçou: alguns desses remédios podem ser “fatais”.

“Vivemos nestes dias o pior do pior, as horas mais dolorosas da maior desgraça humanitária que se abateu sobre nosso povo.”, traduziu Lira ao cobrar responsabilidades de todos. De prefeitos, governadores e, principalmente, do presidente Jair Bolsonaro.

O discurso foi feito após reunião ontem (24) com os chefes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. O encontro teve o objetivo de buscar soluções para conter o agravamento da crise da Covid-19 no país.

Para muitos, apesar do tom conciliatório, Lira acenou com medidas mais duras, que vão de CPIs ao impeachment.

O presidente da Câmara dos Deputados se antecipou a essa leitura e no próprio discurso apontou que “não é esta a intenção desta Presidência. Preferimos que as atuais anomalias se curem por si mesmas, frutos da autocrítica, do instinto de sobrevivência, da sabedoria, da inteligência emocional e da capacidade política”.

Arthur Lira cobrou uma “mudança de atitude em relação à pandemia” e avaliou que “será preciso evoluir, dar um salto para a frente, libertamos as amarras que nos prendem a condicionamentos que não funcionam mais, que nos escravizam a condicionamentos que já se esgotaram”.

Como medida a ser adotada, de imediato no parlamento, defendeu um esforço concentrado de duas semanas, período em que a Câmara dos Deputados não votaria nada e só trataria de questões prioritárias da pandemia. 

“Dentre todos os remédios políticos possíveis que esta Casa pode aplicar num momento de enorme angústia do povo e de seus representantes, o de menor dano seria fazer um freio de arrumação até que todas as medidas necessárias e todas as posturas inadiáveis fossem imediatamente adotadas, até que qualquer outra pauta pudesse ser novamente colocada em tramitação”, afirmou.

Lira encerrou seu discurso sinalizando que o tensionamento, mesmo não desejado, poderá vir se não houver mudança de postura do governo federal.

“Não é hora de tensionamentos. E CPIs ou lockdowns parlamentares – medidas com níveis decrescentes de danos políticos – devem ser evitados. Mas isso não depende apenas desta Casa. Depende também – e sobretudo – daqueles que fora daqui precisam ter a sensibilidade de que o momento é grave, a solidariedade é grande, mas tudo tem limite, tudo! E o limite do parlamento brasileiro, a Casa do Povo, é quando o mínimo de sensatez em relação ao povo não está sendo obedecido.”