Turismo

Alagoana Giovanna Grossi preside Academia Brasil d’Or, a Copa do Mundo da Gastronomia

Quatro cozinheiros disputam uma vaga para representar o Brasil na fase das Américas, seletiva para o mundial

Por Assessoria 25/10/2019 09h09
Alagoana Giovanna Grossi preside Academia Brasil d’Or, a Copa do Mundo da Gastronomia
Imagem: Assessoria

Presidida pela alagoana Giovanna Grossi, a Academia Brasil d'Or está com tudo pronto para a etapa nacional do Bocuse d’Or, Copa do Mundo da Gastronomia. A seletiva acontece neste domingo (27/10), no Memorial da América Latina, durante o Mesa São Paulo.

Os candidatos selecionados para a seletiva: os paulistas David Kasparian Duarte e Mauro Sierro, o cearense Lukas da Silva Marte e o gaúcho Ricardo Dornelles Maciel  irão preparar duas receitas ao vivo diante dos jurados e do público.

O concurso exige que um prato tenha o peixe bijupirá, levantando a bandeira da sustentabilidade, e o outro seja vegetariano. Os cozinheiros também usar, em cada receita, um ingrediente típico da região em que vive.

Oito renomados chefs atuam como jurados: Jefferson Rueda, presidente do júri, Sebastian Salas Nicolau, presidente de honra da mesa do júri, além de Paulo Shin, Luiz Filipe Azevedo, Thierry Buffeteau, Oscar Bosh, Juarez Campos e Naim Santos, compondo o corpo do júri.

Os seguintes critérios e notas: no júri degustação, o sabor conta até 40 pontos, a apresentação vale o máximo de 20, especificidade e originalidade geográfica podem garantir 20 pontos ao candidato, chegando a uma pontuação de 80 no total.

No júri técnico, os itens otimização de desperdício e sustentabilidade valem até 10 pontos, higiene e metodologia mais 10, totalizando 20 pontos, que são somados à pontuação dada pelo júri degustação para se chegar à nota final de cada candidato.

Questões como pontualidade, trabalho e respeito diante do público que forem desrespeitadas podem resultar em penalidades aos candidatos com a subtração da pontuação.

A prova dura três horas e trinta minutos, o candidato deve entregar o prato vegetariano três horas após o início da disputa e o bijupirá três horas e trinta minutos depois de ter começado a seletiva. Antes da prova, o chef tem meia hora para se instalar na cozinha e, logo após, mais meia hora para desinstalação/higienização do local.

Todos os detalhes da disputa foram apresentados previamente aos candidatos, no Regulamento do Bocuse d'Or Sirha Spirit Brazil 2019, que ocorre dia 27 de outubro, no Memorial da América Latina, em São Paulo. 

Quem executar a prova no prazo, com capricho e louvor, o candidato selecionado no Brasil, segue para a etapa latino-americana, que seleciona apenas cinco cozinheiros para a disputa, na capital francesa da gastronomia. São 24 países envolvidos– de 193 no mundo. Com certeza, o Brasil já é um campeão.

Sobre Giovanna Grossi:

Forte, determinada, dedicada e talentosa. São algumas das qualidades que fizeram a alagoana Giovanna Grossi ganhar o mundo da gastronomia. Sua carreira atingiu fama internacional ao representar o Brasil na final do Bocuse d’Or, em Lyon, na França, em 2017. De lá pra cá, a jovem chef vem tendo, cada vez mais, notoriedade, merecidamente. É um ícone do empoderamento feminino no ramo, quebrando barreiras e desconstruindo paradigmas. Possui uma trajetória marcada pelo pioneirismo.

Sua história na gastronomia vem de longo tempo. Filha de donos de restaurantes em Maceió, se formou aos 19 anos, em São Paulo, foi morar na Europa, onde trabalhou por quatro anos em restaurantes estrelados na França e na Espanha, como o Restaurante Geranium, em Copenhague, e Radisson Blu Hotel, em Lyon.

No Bocuse d’Or, sua primeira participação se deu em 2015, quando venceu a etapa nacional. No ano seguinte, a jovem chef foi vencedora da seletiva latino-americana, no México. Em 2017, chegou às finais do concurso mundial, em Lyon, na França, ficou entre as 15 melhores chefs, a primeira mulher brasileira a alcançar esse feito.

Aos 28 anos, a alagoana Giovanna Grossi continuou se destacando, foi a primeira brasileira a fazer parte da comissão julgadora da Copa do Mundo da Gastronomia. Ela esteve entre as 24 cadeiras do júri, a única mulher.

Atualmente, Giovanna comanda a Academia Brasil d’Or, organização sem fins lucrativos que ela fundou com o objetivo de divulgar a gastronomia nacional e formar times de cozinheiros brasileiros para competir no Bocuse d’Or. Na Academia, herdou a cadeira de Laurent Suaudeau (seu treinador) e se tornou a presidente do campeonato no Brasil.

Com todos esses caminhos percorridos, eis que surge mais um reconhecimento importante: a alagoana apareceu na edição Under 30 da revista Forbes, como uma das jovens mais bem sucedidas antes dos 30 anos.

O Bocuse d’Or foi criado em 1987, pelo chef francês Paul Bocuse (1926 – 2018), um dos fundadores da nouvelle cuisine, está entre os maiores cozinheiros da história. O Brasil sediou três edições do evento, desde 2015 (duas no Rio de Janeiro e uma em São Paulo). Este ano, o país recebe mais uma etapa da competição, em solo paulistano.