Turismo
Turismo tem prejuízo de R$ 1,5 bilhão em Alagoas
Cálculo é da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis para o setor em Alagoas; no Brasil, perdas somam R$ 453 bilhões
Como em todo o Brasil, Alagoas e suas cidades e atividades turísticas, também sofreram e continuam amargando os números acumulados do enorme prejuízo provocado pela pandemia da Covid-19 desde março de 2020. Se no Brasil as perdas acumuladas até outubro deste ano somaram R$ 453 bilhões, segundo cálculo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em Alagoas, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), o valor pode ultrapassar R$ 1.5 bilhão.
Em março desde ano, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Alagoas (ABIH/AL), André Santos, já afirmava que a categoria estava apreensiva com novos retrocessos na lenta abertura da cadeia hoteleira. Em entrevista, ele destacou que os empresários têm empregados, estruturas a serem mantidas e administradas, custos, contratos, impostos, tributos e uma série de fatores que, caso houvesse um retrocesso, a cadeia do turismo como um todo seria afetada.
Agora, 20 meses depois, a conta negativa continua chegando, em forma de prejuízos acumulados. Segundo André Santos, a hotelaria sofreu grandes prejuízos, porque teve a obrigação de fechar empresas, gerando uma enorme queda de receita de ISS e ICMS. “Em Maceió, por exemplo, a hotelaria era o maior pagador de ISS na prefeitura. Viu a arrecadação despencar. Por outro lado, as empresas demitiram 1/3 de seus colaboradores, gerando outro gigantesco problema social. Até o momento, baseado em cálculos aproximados de diárias médias e ocupação, o prejuízo pode chegar a R$ 1.5 bilhão”, afirma o presidente da ABIH.
Por outro lado, a alta temporada traz alívio. Segundo André Santos, os próximos 4 meses, caso não haja novos retrocessos, Alagoas e todas as suas cidades turísticas manterá uma altíssima taxa de ocupação na rede hoteleira, com aumento de arrecadação, aumento da contribuição de impostos e contratações, já que os colaboradores dispensados estão sendo chamados novamente, mas num ritmo mais lento do que o esperado, devido, sobretudo, às notícias sobre a variante Ômicron.
Apesar do bom momento, onde a alta temporada coloca Alagoas como um dos destinos mais procurados do Brasil, segundo as plataformas de venda on-line, como Decolar, 123 Milhas e mesmo empresas tradicionais, como a CVC, o presidente da ABIH afirma que o setor vai demorar ainda de 2 a 4 anos para se recuperar totalmente, dependendo do aumento da diária e de acréscimo de tarifa.
Já para o secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico de Alagoas, Marcius Beltrão, a pandemia da Covid-19 causou prejuízos em todos os setores econômicos, e não seria diferente no setor turístico, segmento que depende da circulação de pessoas. “O estado de Alagoas foi bastante afetado porque tem o turismo como uma das principais atividades econômicas; porém, é importante destacar que ao longo de todos esses meses o governo atuou na redução deste impacto na economia. Mesmo na pandemia ocorreram investimentos em ações promocionais porque é evidente que há uma demanda reprimida que busca destinos de viagens a medida que os problemas da pandemia reduzem. Outra frente do governo de Alagoas foram inúmeros incentivos ficais que ajudaram aos diversos segmentos a passar por essa fase difícil. Embora todas as dificuldades, estamos trabalhando de forma responsável para uma retomada econômica acelerada”, finaliza o secretário.