Entre os dias 25 e 27 de abril, Maceió receberá o Fórum Internacional IMBRICS+ – Turismo, evento promovido pela entidade que reúne municípios de países dos Brics. Durante o encontro, que acontecerá de frente para o mar azul-turquesa da capital alagoana, representantes do setor, como empresários, agentes governamentais e especialistas poderão trocar experiências e fechar negócios, promovendo uma maior integração as cidades dos países do bloco e nações convidadas.

Reconhecida pelo bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o IMBRICS é uma entidade que representa os municípios deste países. Ela foi criada para tratar de assuntos que normalmente passam longe das agendas dos governos nacionais, mas que são de interesse da população dos países. A entidade se reuniu pela primeira vez, num fórum realizado em São Petersburgo.

O fórum de Maceió, no hotel Ritz Lagoa da Anta, será o primeiro da entidade dedicado ao turismo. E como tem acontecido em outros encontros, não será exclusivo apenas para cidades dos países que integram o bloco econômico. Outros estados nacionais foram convidados e enviarão representantes, como Camarões, Gana, Guiné, Nepal, Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos e todos os da América Latina. A organização espera a participação de e 1.200 pessoas, sendo 450 estrangeiras.

De acordo com o presidente do Instituto IMBRICS no Brasil e embaixador do país no fórum, Devanir Cavalcante, a ideia não é promover uma feira de turismo convencional, mas sim uma possibilidade de se fortalecer parcerias de diversos níveis, além de um lugar para trocar experiências que possam ajudar a desenvolver a atividade turística nas cidades participantes. De acordo com dados oficiais, 50% do 1,5 bilhão de pessoas que fizeram viagens internacionais em 2019 viviam em países do Brics.

— Queremos incentivar mais as viagens entre os países do bloco e os parceiros. Imagina quanto potencial o Brasil tem para crescer em mercados enormes como Índia e China, além de países africanos? Mas queremos também apresentar aos destinos brasileiros um pouco mais da cultura desses países. Não queremos que ninguém queria levar um turista indiano a uma churrascaria brasileira, por exemplo — explica.

Para Cavalcante, o fórum será uma boa oportunidade para que os países troquem experiências e encontrem, uns nos outros, soluções para resolver alguns de seus problemas no setor.

— As viagens internas no Brasil são muito caras, porque ainda dependem muito do transporte aéreo. Mas em países como a Rússia e a Índia, viajar internamente é bem mais barato por causa das grandes malhas ferroviárias. — diz. — Assim como podemos aprender com a malha ferroviária russa, outros países podem aprender com a nossa expertise em turismo receptivo, nossa diversidade culinária, nossa criatividade.

Outro exemplo de cooperação entre os municípios do bloco e dos países convidados é a possibilidade de se realizar eventos fora de suas fronteiras tradicionais:

— A Índia, por exemplo, sedia importantes eventos de tecnologia. Por que um deles não pode ser no Brasil? E por que não podemos levar um dos nossos eventos do agronegócio para outros países? Isso poderia ajudar a movimentar o turismo de negócios e a criar novas rotas.

E foi pensando em criar novas rotas que o Instituto IMBRICS no Brasil escolheu a capital de Alagoas para receber o evento de 2024. Segundo Cavalcante, no entanto, a primeira opção seria São Paulo:

— Se o fórum fosse em São Paulo, seria só mais um entre tantos. A cidade já recebe os principais eventos do setor, além de ser um forte destino de turismo de negócios e de saúde. Por isso escolhemos mudar para Maceió, uma cidade que ainda tem muito para ser conhecida fora do país.