Cores, sons, arte, cultura e empreendedorismo estão reunidos durante este final de semana em um espaço ao lado do Marco dos Corais, na Ponta Verde, na primeira Feira de Cultura e Empreendedorismo LGBT+ de Maceió.

A Secretaria Municipal da Mulher, Pessoas com Deficiência, Idosos e Cidadania (Semuc) em parceria com outros órgãos da Prefeitura escolheu o Dia Internacional Contra a LGBTfobia, comemorado em 17 de maio, para levar a um dos bairros mais movimentados da cidade um encontro de diversidade, que segue até este domingo, a partir das 17h.

O evento conta com debates sobre combate à discriminação e inclusão, oficina e capacitação, música, comercialização de peças e serviços de empreendedores locais, além de espaços de orientação jurídica e assistencial, por meio de parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL) e com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social.

O coordenador da feira, Luiz Heinrich, explica que a proposta é levar ao público todas as pautas LGBT, de formas positivas, por meio da cultura e da arte, e estimular o empoderamento das minorias.

“A iniciativa da Prefeitura vem trazer empreendedorismo, atrações culturais, com os DJs, com os cantores, e também trazemos formação todos os dias de evento. Neste domingo, teremos um marco muito importante, que é a presença da Marina Bonifácio, a primeira travesti dentro da cinematografia em Maceió, falando sobre carreira e resistência”, detalhou.

A integrante do Conselho LGBT+ de Maceió, Sophia Braz, ressalta que a feira também tem como objetivo desmistificar o assunto e buscar a integração e a igualdade social, independente da sexualidade das pessoas.

“O Conselho criou o projeto e a Prefeitura decidiu abraçar a ideia, engajando todo mundo nesse mês de luta contra a LGBTfobia. O que a gente quer é que a sociedade pare de enxergar somente o movimento para enxergar que a pessoa LGBT também é gente, e que a gente não seja mais rotulada pelas questões da nossa existência e da vulnerabilidade que enfrentamos”, afirmou.

Amanda Tavares é produtora audiovisual e possui um brechó. Pela primeira vez, participa de uma feira como empreendedora, e além de divulgar o negócio que administra também se engaja na luta pela visibilidade LGBT.

“Para mim, estar aqui trata-se de ocupar espaços. Outra coisa muito boa é a interação, a troca de experiências, além de se sentir representada, se entender como cidadã e pessoa que tem direito a espaços”, disse.

A feira conta com um estande da OAB/AL, onde as pessoas podem receber orientações jurídicas e consultoria. As advogadas Karine Costa e Ana Lúcia Gomes, integrantes da Comissão da Diversidade Sexual, explicam que o espaço foi montado para promover acolhimento, tirar dúvidas e prevenir violações, além de difundir e debater os direitos LGBT, dando publicidade às leis e decisões favoráveis a esse público.

Mainara Celeste é de Teotônio Vilela e estava na orla com os amigos quando viu a estrutura da feira e decidiu conhecer. Ela fez compras e aproveitou para curtir o som e as artes em exposição. “Eu achei muito interessante porque é uma maneira de incluir todos. A gente sabe que tem algumas pessoas que têm certos níveis de preconceito, mas aqui todos podem mostrar o seu talento, o seu trabalho. É muito bom dar oportunidade para todos”, parabenizou.

A programação neste domingo começa com DJ Giukills, a partir das 17h, e às 18h30 um debate com o tema “Diálogo e Representatividade: bate papo sobre cinema alagoano na perspectiva da vivência trans” será encabeçado por Marina Bonifácio. O encerramento será com as atrações musicais Drag Gina Kynnors e Lavy & Andressa.